Hino órfico a Mercúrio
fonte: http://greciantiga.org/mit/mit09-12.asp
Hermes
http://greciantiga.org/arquivo.asp?num=0159
“Mensageiro dos deuses, protetor dos viajantes, condutor da sombra dos mortos ao reino de Hades, Hermes era também o deus do comércio, dos ladrões e da eloquência.”
Origem
“Hermes é um dos poucos deuses cuja origem pode ser razoavelmente traçada. Na Grécia, desde a época micênica, era costume utilizar montes de pedra e símbolos fálicos para demarcar territórios e marcar certos pontos do caminho. No dialeto micênico, o marco era chamado de e-ma-a; em jônico-ático, hermes. Com o tempo, eles se tornaram divindades protetoras dos caminhos e dos caminhantes; daí para a personificação e incorporação ao “estoque” de mitos gregos deve ter sido um passo pequeno.
Em -520, o tirano ateniense Hiparco mandou colocar colunas com uma cabeça barbada e um pênis ereto esculpidos em diversas estradas da Ática, costume logo copiado por outras póleis. Na época clássica, havia um Hermes desse tipo diante de quase todas as casas.
Nascimento
Hermes era, segundo a lenda, filho de Zeus com Maia, uma das sete filhas de Atlas e a mais jovem das Plêiades. Hermes nasceu no dia 4 (número que lhe era consagrado) numa caverna do monte Cilene, sendo enfaixado e colocado no vão de um salgueiro, árvore sagrada, símbolo da fecundidade e da imortalidade, mas logo revelando uma precocidade extraordinária.
No mesmo dia de seu nascimento, libertou-se das faixas e viajou até a Tessália, onde furtou parte do rebanho de Admeto, guardado por Apolo que cumpria uma punição. Com os animais com galhos amarrados na cauda, apagou seu rastro e foi para a gruta de Pilos. Lá sacrificou duas novilhas aos deuses, dividindo-as em doze porções, embora os imortais fossem apenas onze até então: o menino-prodígio acabava de se promover a décimo segundo deus do Olimpo.
Apolo então recorreu a Zeus, que constatou a mentira do filho e o obrigou a prometer que nunca mais faltaria com a verdade. Hermes concordou acrescentando que não estaria obrigado a dizer a verdade por inteiro. Hermes encantou a todos com o som de sua lira, a qual trocou pelo resto do rebanho furtado. A seguir, Hermes inventou a flauta de Pã (“syrinks”), que despertou a cobiça e o desejo de Apolo de possuí-la e, para tal, lhe ofereceu o cajado de ouro – o caduceu – que passou a figurar como seu símbolo e atributo.
Outros mitos
Apolo e Hermes logo se entenderam. Hermes havia encontrado durante o “passeio” uma tartaruga morta, esvaziara a casca e, esticando sobre a cavidade algumas tripas, inventara a lira. Ao ouvir os sons que o instrumento produzia, Apolo se encantou e em troca dele perdoou o irmão. Consta que também foi o hábil Hermes quem inventou a siringe (ou flauta dos pastores), formada por vários canudos desiguais, e em troca dela Apolo deu-lhe o cajado de ouro que posteriormente se tornou o kerykeion, símbolo dos mensageiros, chamado de caduceu pelos romanos.
É o deus que mais aparece nas lendas mas, em geral, no papel secundário de leva-e-traz dos outros deuses. Ele ajudou o pai, Zeus, a subtrair o irmão Dioniso, quando criança, da vingança de Hera. Era também o encarregado de missões delicadas: acompanhar as três deusas durante o julgamento de Paris; leiloar Héracles; ajudar diversos heróis em suas proezas (Perseu e Odisseu, por exemplo); conduzir o troiano Príamos até a tenda do grego Aquiles; matar Argos, o guardião de cem olhos de Ió; etc…
Em sua qualidade de corredor incansável e rápido, tornou-se o protetor dos jovens que se exercitavam nos ginásios. Passou a ser também considerado, em épocas tardias, o inventor das práticas mágicas; devido à sua capacidade de interpretar e transmitir os desígnios dos outros deuses, recebeu o epíteto hermeneus (“intérprete”), de onde veio a palavra “hermenêutica”.
Nunca se casou e dos vários filhos a ele atribuídos destacam-se Autólico, o mais hábil ladrão da Grécia Antiga, e o deus Pã. Teve Hermarfrodito com Afrodite.
Hermes é uma divindade complexa, que inicialmente era um deus agrário, protetor dos pastores nômades e dos rebanhos, sendo também representado com um carneiro sobre os ombros. Mas os gregos ampliaram suas funções e, por ter furtado o rebanho de Apolo, ele se tornou um símbolo de tudo quanto implica em astúcia, ardil trapaça, sendo conhecido como um verdadeiro amigo e protetor dos comerciantes e dos ladrões. Era mencionado como o Senhor dos que realizam seus negócios durante a noite, às escuras, cujo significado é bem claro. Protetor dos viajantes, era o deus das estradas, as quais cuidava e por onde andava com incrível rapidez, pelo fato de usar sandálias de ouro, providas de asas.
Pela sua rapidez, tornou-se mensageiro predileto dos deuses, principalmente de seu pai, Zeus. Por sua astúcia e inteligência, sua capacidade de se tornar invisível ao usar o capacete de Hades e de viajar por todos os lugares com incrível velocidade, fez boas ações também. Recompôs fisicamente seu pai Zeus, roubando os tendões que lhe arrancara o monstruoso Tifão e salvou a Ulisses e seus companheiros, já transformados em animais pela feiticeira Circe.
Como intérprete da vontade dos deuses, entregou a lira a Anfião, a espada a Héracles, a Perseu o capacete de Hades. Adormeceu e matou o gigante Argos de cem olhos, o guardião a vaca Io e levou ao monte Ida as três deusas Hera, Atena e Afrodite para que o pastor Páris fosse o árbitro na magna querela de quem era a mais bela das imortais, escolha que resultou na Guerra de Tróia.
Também conduziu Psiqué ao monte Olimpo para se casar com Eros.
A iconografia de Hermes apresenta-o com um chapéu de formato especial (“pétasos”), com sandálias providas de asas e segurando um caduceu com duas serpentes entrelaçadas em sentido inverso na parte superior. O caduceu (do grego “kerykeion”) significa bastão e um arauto. O símbolo das duas serpentes, a direita e a esquerda, são de aspecto simbólico com o diurno e o noturno, o benéfico e o maléfico. Elas simbolizam o equilíbrio das tendências contrárias em torno do eixo do mundo, representando um símbolo da paz e da divindade do seu portador. Na época clássica da Grécia, o caduceu recebeu duas asas encima, transcendendo suas origens, vindo por isto a ser muitas vezes usado para representar o emblema da medicina, mas de forma incorreta.”
Mercúrio
“Hermes latinizado para Mercúrio tem seu nome originário da palavra Merces, mercadoria. O caduceu de Hermes foi transmitido para Mercúrio, entrelaçado de duas serpentes, de sorte que a parte superior forma um arco, possuindo duas extremidades de asas.”
Caracterização:
- O mensageiro celestial é visto quase sempre na figura de um jovem esbelto e atlético.
- Os símbolos de Hermes são uma vara com duas cobras enroladas (emblema da medicina), o capacete alado e as sandálias aladas.
A carta do tarô Hermes quer dizer ao consulente: velocidade, astúcia, equilíbrio, adaptabilidade, diplomacia e comunicabilidade, habilidade literária, para comércio e negociações.
Na vida profissional, ótimas perspectivas para trabalhos investigativos e em profissões relacionadas com medicina. Hermes sempre traz sinal de viagens, comércio, aprendizado e todo tipo de atividade mental.
Iconografia e culto
“Hermes era habitualmente representado com as sandálias aladas, um chapéu de abas largas (o pétaso, muito usado pelos viajantes) e o kerykeion (caduceu), insígnia e símbolo dos mensageiros.
Era constantemente invocado pelos viajantes, mercadores, oradores, pastores e feiticeiros. Em Atenas, recebia sacrifícios durante o festival das Antestérias, quando os mortos eram lembrados.”
Do site http://www.mundodosfilosofos.com.br/mercurio2.htm
Mercúrio, deus do Comércio
“Desde o nascimento possuíra Mercúrio o gênio da permuta, e é por isso que é o deus do comércio. A arte o caracteriza, então, pela bolsa segura pela mão. O emblema é o mesmo que o que se atribui ao deus dos ladrões; mas em vez de aparecer sob as feições de um menino que acaba de fazer uma peraltice e sorri maliciosamente, apresenta a grave fisionomia de homem que refletiu e pesa o valor dos atos.
Mercúrio preside aos exercícios. Mas sob tal aspecto, a arte lhe modifica o caráter; não traz mais o capacete e as asas, e se apresenta inteiramente nu sob o aspecto de vigoroso efebo, que ocupa o lugar médio entre o caráter delgado de um Apolo e o caráter robusto de um Hércules.
Os atributos de Mercúrio como deus dos ginásios são a palmeira e o galo. O galo é, por excelência, a ave de luta, e os combates de galos eram um grande divertimento para os gregos. Não é de surpreender, portanto, que tenha sido escolhido para simbolizar a luta e os exercícios que a ela se ligam.
As imagens de Mercúrio figuravam sempre nos ginásios. “Aqui se colocou, para proteger este belo ginásio, o deus que reina no monte Cilene e nas suas elevadas florestas, Mercúrio, a quem os jovens gostam de oferecer amarantos, jacintos e violetas perfumadas.” (Antologia).
Essas imagens do deus eram às vezes uma simples cabeça pousada numa mísula. O deus ri-se, ele também, de tal uso, num epigrama da Antologia: “Chamam-me Hermes, o veloz. Ah, não me coloqueis nos ginásios, privado de pés e de mãos! Sobre uma base, sem mãos e sem pés, como poderei ser veloz na corrida ou hábil na luta?”
Mercúrio Pedagogo
“As letras servem para a transmissão das ideias. Como deus da permuta e da tradição, Mercúrio é, pois, inventor das letras: ensinando aos homens a transformação das suas ideias em caracteres que a exprimem. Invocam-no os mestres que ensinam aos meninos os elementos da ciência; invocam-no também os escrivães públicos e todos os que se dedicam a escrever.
Os instrumentos de que nos servimos para a escrita, para a geometria, fazem parte das suas atribuições, e os que ganham a vida, deles se valendo, os dedicam ao deus quando são demasiado velhos. É o que se vê num pequenino trecho da Antologia grega, onde um velho mestre de escola se coloca sob a proteção do deus a quem serviu. “Um disco de chumbo negro para traçar linhas, uma régua que assegura a constância de direção, vasos de líquido negro para escrever, penas bem aparadas, a dura pedra que aguça o caniço e lhe devolve a finura, o ferro que o modela com a sua ponta e a sua lâmina, todos esses instrumentos do seu ofício, Menedemtos consagra, ó Mercúrio, pois que a idade lhe toldou os olhos. E tu, deus prestativo, não deixes morrer de fome o teu obreiro.””
Mercúrio Crióforo
“A Arcádia, um dos principais centros da velha raça pelásgica, sonharia em Mercúrio, ou antes em Hermes, uma personificação da potência protetora da natureza e especialmente da terra. Era figurado na origem por um pedaço de madeira encimado por uma cabeça, e ali se fixava um símbolo do genital masculino, que entre os povos pastores exprime simplesmente a força geratriz. Esse caráter pastoral desaparece, de resto, rapidamente, para passar ao deus Pã, que em várias tradições é filho de Mercúrio. Mas o carneiro, que lhe é consagrado, e que vemos às vezes entre os seus atributos, relembra o antigo caráter de divindade campestre, e é sob tal aspecto que se chama Mercúrio crióforo, ou porta-carneiro.”
Mercúrio, Guarda das Estradas
“Mercúrio, como deus do comércio, é naturalmente protetor das estradas e da navegação. Nos tempos primitivos, montes de pedras colocados nas encruzilhadas dos caminhos serviam de altares destinados ao deus: mais tarde, foram feitos de outra maneira, mas sempre com o mesmo Destino.”
Mercúrio, deus da Eloquência
“Os monumentos de arte dão a Mercúrio, quando é considerado como deus da eloquência, uma atitude particular: ele levanta levemente o braço direito como se pretendesse demonstrar alguma coisa.
A arte de comunicar as ideias pela linguagem participava naturalmente dos atributos de Mercúrio, porque ele é o deus da permuta sob todas as formas. Era ele também que todos invocavam para adquirir os dons da memória e da palavra.”
Mercúrio, Mensageiro dos deuses
“Mercúrio transmite aos deuses as preces dos homens e faz subir a eles a fumaça dos sacrifícios. Mas é sobretudo o mensageiro dos deuses e o fiel intérprete das ordens que está incumbindo de levar. É ele que por ordem de Júpiter conduz as três deusas à presença do pastor Páris encarregado de lhes adjudicar o prêmio da beleza. Possui asas no pétaso e tem asas talares para indicar a rapidez do seu vôo. Devotado mais especialmente a Júpiter, torna-se, se preciso, ministro complacente dos seus prazeres.
O caduceu usado por Mercúrio parece ter significados diversos: primitivamente era apenas a vareta usada pelos arautos que iam e vinham por diversos países em prol das relações internacionais. Em outras circunstâncias a vareta reveste-se de uma espécie de caráter mágico: é com ela que Mercúrio adormece Argos e é dela que se serve para evocar as sombras. Em torno dos emblemas que caracterizam Mercúrio, Gabriel de Saint-Aubin colocou mariposas para indicar a leveza e a rapidez do vôo.
“O apelido de mensageiro, de servidor, diz Creuzer, tão freqüentemente dado a Hermes, está quase sempre acompanhado do de assassino de Argos, em que se revelam tão bem nas lendas pelásgicas as suas relações com a lua e o céu estrelado. A vaca Io, efetivamente, e o vigilante Argos, que traz os seus inúmeros olhos fitos nela, não parece ser outra coisa. Quanto a Hermes, enviado pelo senhor dos deuses a libertar a sua amante de tão incômoda vigilância, nada mais faz, ao matar Argos, do que cumprir a missão que lhe é confiada, de presidir à alternativa do dia e da noite, da vida e da morte.” (Creuzer).”
Mercúrio, Condutor de Almas
“Além de seu papel de mensageiro dos deuses, Mercúrio está especialmente incumbido de transportar as almas dos mortos ao reino de Plutão. Vários monumentos no-lo apresentam sob tal aspecto, que, aliás, se conforma às narrações dos poetas.
Vemos também, por vezes, Mercúrio caminhando rapidamente e segurando com a mão uma almazinha caracterizada pelas asas de borboleta: é por isso que Horácio, invocando Mercúrio, lhe dirige estas palavras: “És tu que, amado igualmente pelos deuses do Olimpo e pelos deuses do Inferno, reúnes com a tua varinha de ouro as sombras leves e conduzes as almas piedosas à venturosa morada que lhes está reservada.”
Queixas de Mercúrio
“Dentre todos os deuses da antiguidade, não há nenhum que tenha exercido tantas ocupações como Mercúrio. Intérprete e ministro fiel dos demais deuses, e em particular de Júpiter, seu pai, serve-os nos seus problemas ou nos seus prazeres com infatigável zelo.
A multiplicidade das funções de Mercúrio é verdadeiramente extraordinária, e o mais ativo dos deuses chega às vezes a lamentar-se. “Há, por acaso, um deus mais infeliz do que eu? Ter, sozinho, que fazer tanta coisa, sempre curvado ao peso de tantos trabalhos! Desde o romper do dia, devo levantar-me para varrer a sala do banquete; depois, quando já estendi tapetes para a assembleia e pus tudo em ordem, preciso ir ao pé de Júpiter, a fim de levar ordens à Terra, como verdadeiro correio. Mal regresso, ainda coberto de pó, devo servir-lhe a ambrósia, e antes da chegada do escanção, era eu quem lhe dava o néctar. O mais desagradável, porém, é que, único entre os deuses, não fecho olho durante a noite, pois tenho de conduzir as almas a Plutão, levar-lhe os mortos e sentar-me ao tribunal. Os trabalhos do dia não têm fim; além de assistir aos jogos, de fazer o papel de arauto nas assembleias, de dar aulas aos oradores, encarrego-me, simultaneamente, de tudo quanto diz respeito às pompas fúnebres.” (Luciano).”
Thoth, Divindade Egípcia
“O que está em cima é como o que está embaixo, e o que está embaixo é como o que está em cima” – A Tábua das Esmeraldas
do site: http://www.joselaerciodoegito.com.br/site_hermes_bio.htm
Os antigos egípcios tinham a mais elevada veneração por Thoth, que para eles era o Deus criador desde que trouxera para a Terra o uso da escrita hieroglífica, da alquimia, da matemática, da arquitetura, da medicina, da magia, enfim a base de todas as ciências que levaram os egípcios a um altíssimo nível de conhecimento.
Segundo Platão foi Hermes (Thoth) o pai da geometria, revelador do uso dos números, da geometria, astronomia e as letras. Deixou mais de dois mil livros escritos, quase todos destruídos quando do incêndio da Biblioteca de Alexandria.
Thoth compreendia todos os mistérios da mente humana, pelo que há no “Livro dos Mortos” do Egito ele representa o advogado da humanidade. Em muitas pinturas é representado Anúbis ao lado da balança na qual era pesada a alma do morto ante o tribunal do julgamento, onde ele aparece diante da balança na qual era pesado o coração do morto. De um lado, num dos pratos da balança, era posto uma pena simbolizando a verdade, e do outro lado o Ab simbolizando o coração do morto.
Cabia a Thot examinar a mente e determinar a dignidade do morto. No grande tribunal está Thot de pé diante da balança do julgamento dos homens penetrando na mente para julgar os sentimentos e propósitos. O escriba que nas gravuras está representado na presença de Osíris diante do julgamento das almas. Egípcios antigos acreditavam que antes do morto entrar no Além, primeiramente o coração dele deveria ser pesado na presença de Osíris. No mínimo o coração do morto deveria ter o peso de uma pena. O escriba Thot anotava criteriosamente o resultado de cada julgamento, assinalando se aquele que estava sendo pesado havia ou não se conduzido bem, se tivera uma vida digna e honrada. Por isto os egípcios diziam que Thot era o escriba confidencial do deus Osíris, o secretário de todos os deuses e fora ele quem trouxera para a Terra, entre inúmeras outras coisas, a música, assim como a instituição de um calendário anual constante de 365 dias, semelhante ao que somente muito depois foi oficializado e é utilizado na atualidade.
No mito simbólico da morte de Osíris, diz a Tradição egípcia que Thoth ensinou à deusa Ísis a conjurar encantos contribuindo assim decisivamente para que aquela deusa pudesse reconstituir totalmente o corpo do seu irmão Osíris que havia sido desfeito em pedacinhos. Por isto, segundo consta, toda a magia egípcia fora ensinada por Thoth.
Os egípcios se referiam a Thoth como sendo a mente e a língua de RA. Também representava a mente e a palavra falada de RA. A palavra constituía o poder com que RA objetivava suas idéias.
No Egito existiu uma casta de sacerdotes seguidores de Thoth, constituída pelos maiores conhecedores das ciências da época, especialmente da aritmética. Aqueles sacerdotes afirmavam que toda inspiração que tinham provinha de Thoth.
Para muitos estudiosos tudo o que existe registrado a respeito daquela figura enigmática é meramente lendário, sendo a sua história nada mais que mitos. Quando muito são referências ao principal escriba que apenas transcreveu os conhecimentos existentes em sua época. Mas, igualmente outros estudiosos da História Antiga do Egito, o consideram pelos feitos assinalados se tratar de um ser dotado de poderes divinos. Podemos afirmar que esta é a verdadeira natureza de Thoth, tratava-se de um ser que compreendia todos os mistérios da mente humana, pelo que no está representado no “O Livro dos Mortos” como o advogado da humanidade.
Seria Thoth descrito nos papiros antigos o mesmo que os gregos chamaram de Hermes?
Há muitos indícios de que se tratam de seres distintos. Muitas vezes, os próprios gregos referiram-se a Hermes Trismegisto como não nascido de mulher, conseqüentemente que ele não tivera um corpo físico biológico e sim um corpo aparente com o qual se apresentava diante dos homens. Mas, por outro lado, a própria mitologia grega fala do nascimento de Hermes, como um dos integrantes do Olimpo, filho de Zeus e Maia e que nascera em uma caverna onde fora deixado por sua mãe.
Assim sendo, já podemos ver que os escritos gregos dão margem a se entender a existência de duas figuras distintas. Uma aquela do filho de Zeus e Maia chamada de Hermes e a outra um ser não nascido de Negritoulher. Este corresponde precisamente ao que dizem os egípcios a respeito de Thoth. Enquanto a Mitologia grega atribui uma mãe a Hermes os documentos do Antigo Egito dizem que Thoth não foi nascido de mulher, que por isto era considerado um ser divino.
Isto permite suspeitar de que o Hermes grego não é aquele referido no Antigo Egito com o nome de Thoth. O que houve foi que os gregos viram semelhança entre os feitos atribuídos a Hermes com os atribuídos pelos egípcios a Thot, e por esta razão erroneamente os associaram como uma mesma pessoa Hermes Trismegisto. Na verdade a quase totalidade dos ensinamentos assinalados como pertencentes a Hermes Trismegisto dizem respeito a Thoth, deus egípcios, e não ao deus Hermes da mitologia grega.
Não é somente a Hermes que Thoth tem sido comparado. Na realidade o Hermes a que se refere o Hermetismo tem sido comparado com importantes figuras de diversas culturas. Assim o feitos de Thoth são atribuídos a diversos nomes sagrados de diferentes culturas. Na civilização egípcia era Thoth; na grega era Hermes; na romana, Mercúrio; na maia, Quetazcoatl; na Atlante, Chiquitet, ou Khan (Ken). Os Sumérios e outros povos da Mesopotâmia adoravam deidades lunares virtualmente idênticas a Thoth. A Lua Deus, da Suméria, denominado Sin, tal como Thoth era aquele encarregado de medir a passagem de tempo.
Thoth é apresentado nos desenhos do o como a figura de Íbis, um pássaro grande integrante da fauna do Nilo.
Maat
Os Egípcios associavam o bico encurvado e longo da íbis com a Lua e por sua vez a íbis era, segundo a crendice popular, considerado um dos representantes terrestres de Thoth. Segundo a antiga Tradição egípcia, Thoth era o deus da Lua, o deus de sabedoria, o medidor do tempo, e o inventor do sistema de escrita, criador dos hieróglifos e do sistema de numeração. Em outros registros ele era apresentado tendo sobre a cabeça uma gravura simbólica composta pelo disco do Sol e o crescente da Lua. Nas inscrições egípcias e nas lendas consta que o conhecimento de Thoth era imenso e que chegou a ter a capacidade de calcular e medir os céus, e até mesmo teria sido Ele Quem o planejou. Como já mencionamos antes, creditou-se-lhe o papel de criador inventor da astronomia, da astrologia, da botânica, da geometria e agrimensura e de um avançadíssimo sistema de trabalhar a pedra o que permitiu a construção dos grandes monumentos egípcios entre os quais a Grande Pirâmide de Gisé.
Existem muitas versões para o nome de Thoth. Em hieróglifo o seu nome é Tehuti cujo significado literal é: “Ele Quem Equilibra”. Outras vezes é mencionado como Khufu, nome que os gregos traduziam por Cheops. De acordo com o historiador do terceiro século, Manetho, Khufu era um ser de uma estirpe diferente das pessoas comuns. Há textos antigos que dizem haver sido Cheops/Khufu quem escreveu o Livro Gênesis que posteriormente foi compilado de forma modificada pelos hebreus passando então a integrar o Pentateuco do Antigo Testamento.
Para os egípcios Thoth era o Deus do equilíbrio por isto nas gravuras ele era estampado como “Mestre da Balança” indicando estar ele associado com os equinócios – o tempo quando o dia e a noite eram equilibradas. Tido como o mais eficaz dos escribas de toda a civilização egípcia, e que segundo alguns pesquisadores escreveu cerca de cem mil manuscritos (papiros). Representou um papel crucial nas designações e orientação de templos e ziggurats. Era um escriba, moralista, mensageiro, e o mágico supremo. Considerado o deus protetor de todas as artes, ciências, e produções intelectuais.
Em decorrência da ligação da cultura ocidental com a civilização grega a imagem de Thoth chegou até a atualidade como sendo Hermes acrescido do termo Trismegisto, que significa três vezes grande, ou, três vezes sublime. Era tríplice em três sentidos religioso, cientifico e artístico. Religião, ciência e arte formam nele um triângulo equilátero. Mas segundo o Hermetismo, o termo “Trismegistus” tem um outro significado. A Thoth é conferido o nome “Trismegistus” por haver sido Grande Mestre de três civilizações, na Lemuriana, na Atlanta e na Ariana.
O Texto Hermético chamado o Kore Kosmu, escrito em Alexandria no Antigo Egito, cita Thoth como “O Todo Astuto”, desde que ele entendia de todas as coisas.
Os ensinamentos de Thoth, em parte foi gravado em pedra, especialmente aquilo preservado para o futuro, principalmente os símbolos sagrados dos elementos cósmicos. Diz a Tradição Antiga que Ele entendia de todos os “mistérios dos céus”, parte dos quais deixou inscrito em livros sagrados que foram mantidos ocultos, a não ser para os Grandes Iniciados e Veneráveis Herméticos. Tais escritos deveriam ser progressivamente conhecidos pelas gerações futuras na medida em que o desenvolvimento espiritual o permitisse. Até então somente aqueles que fossem merecedores poderiam ter acesso. Estes livros sagrados são frequentemente chamados de “Os 42 Livros de Instruções” ou “Os 42 Livros de Thot” que trazem os mais elevados conhecimentos esotéricos, místicos e metafísicos e sobre os quais se baseia a Gnosis Egípcia. Neles está registrado um imenso cabedal de instruções capazes de conduzir o ser humano à libertação do ciclo de reencarnações e a tomar ciência da Unificação Cósmica. Consta neles os meios da pessoa chegar à imortalidade constituindo-se isto a base da Alquimia Hermética[2]. Apenas uma pequena parte desse trabalho de Hermes foi encontrada até a presente data, mas dizem que grande parte dos escritos sagrados está guardada nas pirâmides. A Ordem Hermética afirma que parte desse conhecimento já foi encontrada dentro do “Corredor de Registros” embaixo da Esfinge no Egito e dos quais derivou a Alquimia.
Em contraposição à afirmação ao que dizem muitos egiptólogos que não existe indícios de um citado “Templo da Esfinge” os Veneráveis Herméticos afirmam o inverso. Consequentemente para uns não passam de lendas tudo o que é dito a respeito do “Templo da Esfinge”, enquanto para outros são verdadeiras as imagens sagradas esculpidas ao longo das passagens das paredes de pedra do Templo da Esfinge. Trata-se de um corredor que conduz para uma câmara divina, contudo as “chaves” para a decifração das mensagens somente no momento preciso serão reveladas para a humanidade. Na verdade atualmente já estão sendo liberados ensinamentos que dizem respeito a mais alguns Princípios, além dos Sete Princípios Herméticos clássicos.
Nos escritos de Thot há descrição sobre todas as raças que já viveram na terra, com referências sobre onde toda a vida começou. Parte disto consta em documentos conhecidos pelo título de “Textos de Pirâmide” onde uma união com a íbis Thot acontece na área pantanosa do Delta. Os “Textos de Pirâmide” se constitui de uma coletânea de orações mortuárias egípcias, hinos, e feitiços destinados a protegerem um rei ou rainha após a morte para lhes assegurar vida e alimento no futuro.
Os textos sobre os ensinamentos de Thoth têm várias origens, alguns oficialmente aceitos pela arqueologia oficial e outros apenas pelos “iniciados”, pois a fonte destes conhecimentos são reservados aos membros da V:.O:.H:. Em parte os conhecimentos não oficiais já foram divulgados em algumas obras reservadas, entre elas A “Tabua das Esmeraldas” e o “Livro Sagrado de Thot” e mais conhecidas o “Corpus Hermeticum” e “Pistis Sophia”.
Alguns textos herméticos foram inscritos nas paredes das câmaras internas da pirâmide de Saqqarah da 5ª e 6º dinastia no período compreendido entre 2686 a.C. e 2160 a.C. Aqueles escritos são os mais antigos escritos funerários de conhecimento público. Consta neles que Thoth tivera uma esposa de nome de Ma’at, que significa “Verdade”, “Justiça”, mas não se sabe se isso tem sentido simbólico ou não. O que se sabe é que Ma´at, “verdade”, era representada como uma mulher alta com uma pena de avestruz no cabelo e que estava presente no julgamento do morto. Era exatamente aquela pena que era pesada contra o coração do morto.
Desde os primórdios da civilização do Egito os direitos civis eram assegurados pela “Lei de Ma´at” deixada por Thoth. Trata-se essencialmente de uma série de concepções e normas morais. Qualquer lei que fosse contrária à Lei de Ma´at não era considerada válida no Egito. Também era conhecida pelo nome de Nehemaut ou Sophia.
De acordo com uma velha tradição maçônica, o deus egípcio Thoth deixou para a humanidade os principais conhecimentos da arte da arquitetura havendo sido transmitido à humanidade depois do dilúvio.
Segundo os ensinamentos de Thoth, a Grande Pirâmide foi construída seguindo as proporções geométricas do corpo humano. Em defesa dessa afirmativa diz-se que da mesma maneira como um clarividente percebe no corpo humano espirais negro-claro, espirais de branco-luz, assim também podem ser visualizadas por sensitivos espirais semelhantes saindo da Grande Pirâmide. Existe uma “lenda” que diz que uma dessas espirais passava exatamente por uma das extremidades do sarcófago que está na Câmara de Reis, mas que, em período recente, um diretor do Departamento de Antiguidades do Egito mandou deslocar o sarcófago de sua posição original, por causa de coisas estranhas que as visitas sentiam e tinham por hábito colocar no sarcófago visando virtudes inusitadas. Essa propriedade foi descrita por Hermes, no período do Antigo Egito o iniciando deitava-se no sarcófago de tal modo que uma coluna de energia, criada pela espiral de branco-luz, atravessava a sua cabeça o que permitia ao iniciando unificar a sua consciência com a espiral de branco-luz e assim ser projetado em elevadíssimo nível de consciência. Depois de três dias e meio o iniciado era retirado do sarcófago e trazido para a Câmara da Rainha onde uma outra coluna de energia diferente ajudava a estabilizar a parte de trás. Nesse processo ocorria uma troca, uma transmutação, em nível de consciência de 1/3 da consciência objetiva humana por igual quantidade de Consciência Crística (Consciência Cósmica). Assim, no iniciado, surgia um certo nível da Consciência Superior o que lhe permitia a partir de então agir como um ser dotado daquilo que hoje chamam de Cristo-consciência. Diz Hermes: “Quando a consciência objetiva retrocede, nasce a sabedoria. A ciência que desperta essa sabedoria é o segundo aspecto hermético da sublimidade”.[3] Afirma Hermes que esse mesmo tipo de troca é idêntico ao que o gênero humano experimentará durante ascensão planetária.
Embora falem da sabedoria de Hermes escrita em cem mil manuscritos – em grande parte destruídos no incêndio da Biblioteca de Alexandria – na realidade, como diz J. van Rijckenborgh[4], “A sabedoria hermética não se conteria em todos os livros do mundo! Pois essa sabedoria é livre de todo o saber tradicional”. Trata-se da Sabedoria Universal que não está escrito em livro algum, mas a qual o estudioso sincero facilmente tem acesso, pois que ela existe para que o ser humano possa usá-la e com ela escapar do mundo dialético que o aprisiona.
Na verdade qualquer pessoa que se disponha pode recebê-la diretamente do seu próprio Pimandro.”
Links de textos
Gêmeos na Astrologia ocidental
Gêmeos na Astrologia Esotérica
http://curso.astrothon.com.br/links-do-curso-casa-3/
http://curso.astrothon.com.br/links-de-textos-e-videos-de-hector-othon/