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I ching | Curso Astrothon
Curso Astrothon

I ching

por Hector Othon

Os conselhos do I Ching nos ajudam a esclarecer até mesmo as menores questões práticas, porém, sua função mais nobre – como fonte inesgotável de ensinamentos – é a de nos despertar e guiar na busca do conhecimento superior. O nome, Livro das Transmutações ou das Mutações, ou ainda das Transformações, já indica que seu conteúdo contém as leis fundamentais dos movimentos cósmicos, nos quais se incluem a vida e o destino dos homens.

Portador do segredo da longevidade, seus símbolos básicos são tirados da própria natureza – céu e terra, fogo e água, lago e vento, montanha e trovão. Talvez por isso, sejam facilmente transmitidos através das gerações e tornam-se mais compreensíveis quando traduzidos para outras línguas.

O Livro das Mutações possibilita também a compreensão intuitiva das condições do mundo e um aprofundamento até os níveis mais essenciais da natureza e do espírito. Os hexagramas apresentam imagens completas das condições e relacionamentos do mundo como um todo. As diferentes linhas tratam das mutações que ocorrem em situações específicas no interior dessas condições gerais. O Livro das Mutações está em harmonia com o Tao e a Vida (Tao, a lei natural, e Te, a lei moral). Por isso, o livro pode estabelecer as normas quanto ao que é próprio e adequado a cada homem. Mergulhando até as profundezas das derradeiras origens tanto no plano da experiência externa (natureza) quanto no da interna (espírito), o homem pode chegar à descoberta do Destino, do sentido último do mundo tal como este realmente é, tal como veio a ser, em virtude de uma decisão criadora (Ming). Ambos os caminhos conduzem à mesma meta.

Os santos sábios da antiguidade compuseram o Livro das Mutações da seguinte maneira: tinham como meta seguir a ordem da lei interna e do destino.

Constataram, então, o Tao do céu e o chamaram de o obscuro e o luminoso. Constataram o Tao da terra e o chamaram de o maleável e o rígido. Constataram o Tao dos humanos e o chamaram: o amor e a justiça. Combinaram esses três poderes fundamentais e os duplicaram. Por isso, no Livro das Mutações cada hexagrama é formado por seis linhas. As posições das linhas são divididas em obscuras e luminosas. O maleável e o rígido alternam-se como ocupantes dessas posições. Por isso o Livro das Mutações tem seis posições que formam as figuras lineares.

Essa seção trata dos elementos de cada hexagrama e suas relações com o curso do mundo. Assim como no céu o anoitecer e o amanhecer formam o dia pela alternância da escuridão e da luz (Yin e Yang), assim também as posições pares e ímpares em cada hexagrama são designadas como obscuras e luminosas. As posições 1,3 e 5 são luminosas e as posições 2, 4 e 6 são obscuras. Como, por outro lado, todos os seres sobre a terra são formados de elementos firmes e maleáveis, as diferentes linhas são também firmes (isto é, inteiras) ou maleáveis (partidas). Esses dois poderes fundamentais no céu e na terra correspondem às polaridades de amor e justiça. O amor corresponde ao princípio luminoso, a justiça, ao princípio obscuro. Como são aspectos subjetivos e não objetivos, esses atributos humanos não estão representados em específico nem nas posições nem nas linhas dos hexagramas.

Entretanto, a tríade dos princípios universais está expressa no hexagrama como um todo, assim como em seus componentes. Essa tríade se divide em: sujeito (homem), objeto dotado de forma (terra) e conteúdo (céu).

A posição inferior num trigrama corresponde à terra, a do meio, ao homem, a superior, ao céu. De acordo com o princípio da bipolaridade do universo, os conjuntos originais, compostos de três linhas (trigramas), foram duplicados. Nos hexagramas assim formados há, por isso, duas posições para cada elemento: a terra, o homem e o céu. As duas posições inferiores são atribuídas à terra, a terceira e a quarta, ao homem, as duas superiores, ao céu. Essa concepção do universo forma um todo que se completa e conclui em si mesmo. Parece estar diretamente ligada ao Chung Yung (“A Doutrina do Meio”). Considerando-se seu conteúdo de ideias, pode-se concluir que este primeiro capítulo faz parte do conjunto de ensaios sobre o significado e estrutura dos hexagramas intitulado “Julgamentos Anexos” (Ta Chuan ou Hsi Tz’u Chuan), não tendo, portanto, vínculo direto com o que se segue.

Céu e Terra determinam a direção. Montanha e Lago unem sua forças. Trovão e Vento estimulam-se um ao outro. Água e Fogo não se combatem. Assim, os oito trigramas se interligam. O registro do que ocorre e segue rumo ao passado depende do movimento progressivo. O conhecimento do que acontecerá depende do movimento retroativo. Por isso há, no Livro das Mutações, algarismos em ordem decrescente.

Aqui, numa expressão provavelmente muito antiga, os oito trigramas primordiais são enunciados numa sequência de pares que, de acordo com a tradição, remonta a Fu Hsi. Isso significa que essa ordenação existia já na época da compilação do Livro das Mutações, durante a dinastia Chou. Esse arranjo é denominado “Sequência do Céu Anterior” ou “Sequência Primordial”, “Ordenação Primordial”. Os diferentes trigramas são relacionados aos pontos cardeais.

Os 64 símbolos

O Livro é constituído essencialmente por 64 símbolos, que revelam detalhadamente as 64 etapas dos ciclos universais, tais como os santos sábios observaram no céu e na terra. Traduzidos genericamente por hexagramas (guà, em chinês), cada um desses símbolos inclui os seguintes textos e elementos:

  • ideograma, o nome escrito em chinês, é por si só repleto de significados simbólicos. Nos exemplos abaixo, Tai é o nome do hexagrama 11, que se traduz por Paz. Jia Ren é o título do hexagrama 37, traduzido ao português como Família.
  • hexagrama propriamente dito é o símbolo constituído por 6 linhas (inteiras e cortadas). Ele é a representação abstrata, simbólica, de cada estágio de transmutação. Recebeu esse nome, nas línguas europeias, por ser constituído de seis (hexa) linhas. Abaixo, dois exemplos de combinação de linhas inteiras e quebradas:  hexagramas 11 – Paz  e  37 – A Família.

 

Definição do Oráculo do I Ching - Hexagramas 11 e 37

  • texto, também chamado julgamento ou oráculo, revela em linguagem simbólica o significado do hexagrama. O texto tradicional tem poucas frases e, para ajudar o leitor a traduzir o ensinamento ancestral, vem acompanhado de comentários e interpretações adicionados no correr dos séculos.
  • imagem ou símbolo traz uma mensagem adicional, que oferece um modelo de conduta ou um conselho estratégico para lidar com a situação indicada pelo hexagrama.
  • os textos das linhas, em número de seis, indicam alternativas ou transformações possíveis das condições retratadas no hexagrama.

Nota sobre o nome do livro:
I Ching é a grafia corrente no Brasil. Aparece também Yi King em algumas versões francesas e inglesas. No entanto, a melhor grafia seria Yìjïng ou Yi Jing, segundo a transcrição oficial chinesa, denominada Pinyin, utilizada atualmente pela ONU, UNESCO e outros organismos internacionais.

Os oito Trigramas O que são os Trigramas do I Ching - Seu significado, origem e definição

Os oito trigramas – os símbolos formados por três linhas – são os componentes básicos dos hexagramas. É a partir de seus atributos que se deduzem o sentido e os diferentes significados de cada um dos 64 hexagramas.

Os trigramas – designados gua em chinês – também são estudados em seu conjunto e não apenas para compor o conteúdo dos hexagramas. Os mestres chineses são hábeis em traduzir os ciclos coletivos e individuais, bem como deduzir a conduta oportuna a partir das diferentes distribuições circulares dos oito trigramas.

Os trigramas resultam da combinação de linhas inteiras Linha Inteira - Yang  yang e de linhas partidas Linha Interrompida - Yin yin  em conjuntos de três, designados trigramas nas línguas ocidentais. Oito é o total de tríades construídas com linhas yin e yang.

A sequência dos trigramas, na ilustração acima, é denominada Ordem do Céu Posterior ou Ordem Interna do Mundo e indica o ciclo de fenômenos tal como podem ser observados na natureza.

As linhas yin e yang que constituem os trigramas

Nos símbolos do I Ching com três linhas – trigramas – e nos símbolos com seis linhas – hexagramas – , as linhas inteiras Linha Inteira - Yang   simbolizam as qualidades do princípio yang, ou seja, o ativo, o positivo, o céu, o homem, o luminoso, o quente, o firme. As linhas interrompidas  Linha Interrompida - Yin  simbolizam o princípio yin, cujos atributos são: receptivo, negativo, terra, mulher, sombrio, frio, maleável.

Tal como aparece descrito no Gênesis da tradição judaico-cristã, em que o Criador separa o céu da terra e reúne as águas numa só massa, a criação se faz por um processo de polarização, ou seja, a partir da separação das energias adormecidas no Caos primordial. Tal como é ensinado em todas as tradições, a manifestação se processa mediante a dança ou luta infindável entre as duas polaridades:  yang e yin, positiva e negativa, masculina e feminina, diurna e noturna, e assim por diante.

Esse jogo de forças está representado no conhecido símbolo chinês do Tai Chi, que aparece no centro da ilustração acima, rodeado pelos oito trigramas. A sua parte branca simboliza a força criativa, masculina, ativa, yang, e a parte negra a força receptiva, feminina, passiva, yin. Os dois pequenos pontos de cor oposta, na porção mais larga de cada metade, revelam que a intensificação máxima de um polo já traz o germe da forma oposta complementar. Nada permanece estático no mundo da manifestação. Quando uma qualidade se intensifica, ela tende a se transformar (ou se mover) em direção à qualidade oposta, gerando a eterna dança das polaridades.

Tal situação de intensidade que gera a mutação para a qualidade oposta é representada, no caso do I Ching, pelas linhas móveis ou linhas em mutação. Estas podem ser tanto yin quanto yang. Uma linha yang móvel é representada por  Linha Inteira Yang-- Movel , e uma linha yin móvel por Linha Interrompida Yin - Movel .

As duas forças primordiais do universo – o yang e o yin – estão sempre presentes, em proporções variáveis, em todas as coisas existentes. Qualquer fenômeno ou acontecimento contém essa polaridade fundamental, que vai se modificando no tempo e no espaço. A própria vida resulta do jogo dessas forças em permanente processo de transformação.

Os santos sábios ancestrais compreendiam as leis da transmutação que atuam igualmente no céu, na terra e no ser humano. É por isso que podiam prever os acontecimentos e agir de modo adequado, no momento oportuno. Eles são exemplos e modelos para o nosso esforço evolutivo.

 Nomes e resumos de atributos dos trigramas

Atributos dos Trigramas do I Ching

Outros Estudos sobre os Trigramas

A geração simbólica das linhas

“O Tao gera o um, o um gera o dois, o dois gera o três e daí as infinitas (dez mil) coisas são criadas”. Essa é chave da criação, tal como descrita no capítulo 42 do Tao Te King (Dào Dé Jīng).Ilustração original em “I Ching, a Alquimia dos Números” de Wu Jyh Cheng. Ed. Objetiva.

O Wu Chi, o Vazio Absoluto, o Tao, o Inominável é Deus que não pode ser nomeado como em muitas religiões antigas. E da plenitude do vazio, de dentro deste Uno surge a dualidade, o Yin e o Yang, o vazio e o cheio. O quebrado linha-interrompida e o inteiro linha-inteira.

Estes dois têm que “dançar” entre si, se enroscar e enovelar. Anelar e transmutar no 3 pelo caminho do 4:

No Grande Tratado, que fala da formação do I Ching, o Livro das Mutações, lemos: “O primeiro movimento é habitual, progressivo no sentido horário, acumula e se expande com o decorrer do tempo….o segundo movimento é o que se dobra e se centra no decurso do tempo”. (I Ching, trad. Wilhelm, pag.206.).

É assim, que estas quatro direções, acrescidas de mais uma linha dão origem à Rosa dos Ventos, as 8 direções. No sentido horário, portanto num sentido prospectivo, se forem observadas estas evoluções, temos a Sequencia do Céu Anterior, a Sequencia Primordial, sequencia que antecede o mundo, a Ordenação Primordial.

trigramas-ceu-anterior
Os trigramas na sequência do Céu Anterior

Se há um movimento de contração e retroativo, temos a Sequencia do Céu Posterior, ou a Ordem Interna do mundo, as possibilidades do mundo aparente.

Esses oito trigramas foram concebidos como imagens de tudo o que ocorre no céu e na terra. Sustentava-se também que eles sempre se acham num estado de contínua transição, passando de um a outro, assim como uma transição sempre está ocorrendo, no mundo físico, de um fenômeno para outro.

Aqui se tem o conceito fundamental do Livro das Mutações. Os oito trigramas são símbolos que representam estados de transição mutáveis. São imagens que estão em constante mutação. Focalizam-se não as coisas, em seus estados de ser — como acontece no Ocidente -, mas os seus movimentos de mutação.

Os oito trigramas, portanto, não são representações das coisas enquanto tais, mas de suas tendências de movimento. Essas oito imagens vieram a adquirir múltiplos significados. Representavam certos processos na natureza, correspondentes às suas próprias características.

O Céu Posterior

O novo arranjo a seguir da Sequência do “Céu Anterior ou Primordial” foi chamado de Sequência do Céu Posterior e representou uma nova ordem para o universo. Tratava-se, na verdade, de um novo calendário ou almanaque para se viver. Nomes foram escritos para cada um dos sessenta e quatro hexagramas e palavras foram adicionadas para explicar a relação dos trigramas entre si. Os oito trigramas foram rearranjados e colocados em uma nova ordem e uma nova sequência, mudando a correspondência dos trigramas para as 8 direções e as quatro estações.

Nesse novo sistema, os trigramas e as linhas não eram mais colocados opostos entre si. Já não estavam num estado de harmonioso equilíbrio natural. Eles foram agrupados e colocados em sequência de acordo com conceitos numerológicos. Essa nova sequência e calendário substituiu o antigo. O antigo calendário astrológico foi eclipsado por uma nova tradição numerológica.

céu anterior e posterior

Mais na frente vamos desenvolver estas duas sequências em mais detalhes.

Família

Os trigramas representavam, ainda, uma família, composta de pai, mãe, três filhos, não no sentido mitológico em que os deuses gregos povoavam o Olimpo, mas no que poderia ser chamado de sentido abstrato, ou seja, expressando não entidades objetivas, mas funções. Considerando-se rapidamente estes oito símbolos que formam as bases do Livro das Mutações chega-se à seguinte classificação:

trigramas 8

nota: As estruturas formadas por três linhas, assim como as formadas por seis linhas, são ambas denominadas em chinês “Kua”. Esse termo foi traduzido por Wilhelm como “Zeichen”, “signo”. Deu-se preferência, num caso e noutro, aos termos “trigrama” e “hexagrama”, usados por James Legge em ‘The Yi King”, uma vez que, assim, evita-se uma problemática ambiguidade. A tradução inglesa, a tradução chilena e a tradução francesa adotaram esse mesmo procedimento.

Os filhos representam o princípio do movimento em seus vários estágios — o inicio do movimento, o perigo no movimento, o repouso e fim do movimento.

As filhas representam a devoção em suas várias etapas — a suave penetração, a clareza e adaptabilidade e, por fim, a alegre tranquilidade.

A primeira linha também a Terra

A segunda linha representa o Ser Humano

A terceira linha representa o Céu

Os trigramas na sequência do Céu Posterior. Ilustração original em “I Ching” de R. Wilhelm, Ed. Pensamento, pag. 207

 

BAGUA

Bagua (chinês: 八卦; pinyin: bā guà) literalmente: oito símbolos, oito áreas

O modelo de trigrama octogonal é um símbolo comum para o termo Bagua.

O molde tem oito (ba) áreas (guas), conectando dois cantos vizinhos do trigrama octogonal em direção ao centro para formar um gua. O centro contém o símbolo yin e yang, ou taijitu de acordo com a filosofia taoísta.

Cada um dos ‘guas’ mostra três símbolos yao, estendendo-se em três fileiras do centro para o lado externo.

Cada símbolo yao (símbolo de linha) é yin (陰 (阴), representando a força receptiva (feminina) da natureza, ou yang (陽 (阳), representando a força criativa (masculina) da natureza

Existem dois tipos de bagua: a Sequência do Céu Primitivo e a Sequência do Céu Posterior (veja abaixo).

Ambos os tipos foram desenvolvidos antes do “Livro das Mudanças”, o I Ching, que descreve a cosmologia e a filosofia da China antiga. As ideias básicas são: equilíbrio através dos opostos e aceitação da mudança.

Ambos os baguas estão associados com as oito direções da bússola, ambos os baguas usam direções cardeais. As direções cardeais são determinadas pelas estrelas-marcador das megaconstelações conhecidas como os Quatro Animais Celestes.

Direção Celestial Animal
Leste o Dragão Bluegreen Equinócio da primavera
Sul o Pássaro Vermelho Solstício de verão
Oeste o Tigre Branco Equinócio de outono
Norte a Tartaruga Escura (Misteriosa) Solstício de inverno

SEQUÊNCIA DO CÉU PRIMITIVO ou PRIMORDIAL

Ch’ien, céu e K’un, terra, determinam o eixo norte-sul. Segue-se então o eixo Kên, montanha, e Tui, lago. Suas forças se interligam, uma vez que o vento sopra da montanha em direção ao lago e as nuvens e a névoa dirigem-se do lago à montanha. Chên, trovão, e Sun, vento, surgem fortalecendo um ao outro. Li, fogo, e K’an, água, são opostos inconciliáveis no mundo dos fenômenos. Entretanto, nos relacionamentos primordiais seus efeitos não entram em conflito mas, ao contrário, mantêm um ao outro em equilíbrio.

Quando os trigramas se interligam, isto é, quando estão em atividade, observa-se um duplo movimento. O primeiro é o movimento habitual, progressivo, no sentido dos ponteiros do relógio; acumula e se expande com o decorrer do tempo e determina os acontecimentos que seguem rumo ao passado. O segundo é o movimento oposto, retroativo, que se dobra e contrai no decurso do tempo; é através dele que as sementes do porvir vêm a tomar forma.

A compreensão desse movimento possibilita o conhecimento do futuro.

Isto pode ser expresso na seguinte imagem: caso se compreenda como uma árvore está contida no interior de uma semente, se poderá também compreender o futuro desdobramento da semente em árvore.

— O trovão provoca o movimento, o vento gera a dispersão, a chuva gera umidade, o sol gera o calor, a Quietude gera imobilização, a Alegria gera o contentamento, o Criativo gera o domínio, o Receptivo gera o abrigo.

Aqui novamente são apresentadas as forças simbolizadas pelos oito trigramas primordiais em termos de seus efeitos sobre a natureza. Os quatro primeiros trigramas são designados por suas imagens, os quatro últimos, por seus nomes. Isso porque só os quatro primeiros designam, em suas imagens, as forças da natureza em atividade no curso do tempo, enquanto os quatro últimos indicam as condições que surgem no decorrer do ano.

Assim se tem primeiro uma linha de movimento progressivo (ascendente), na qual manifestam-se os efeitos das forças do ano anterior. Seguindo-se esta linha chega-se ao conhecimento do passado, pois este subsiste como causa latente nos efeitos que gerou. No segundo conjunto, quando os trigramas são nomeados não através das imagens (fenômenos), mas de acordo com seus atributos, há um movimento retroativo, um salto de Li (H 30 O Luminoso), que se encontra a leste, de volta a Kên, no noroeste. Desenvolvem-se, nessa linha, as forças do ano que está por iniciar. Seguindo-se essa linha chega-se ao conhecimento do futuro que, em suas causas, está sendo preparado como efeito, como sementes que, concentradas em si mesmas, preparam-se para o crescimento. Dentro da Sequência Primordial essas forças agem em pares de opostos. O trovão, a força eletricamente carregada, desperta as sementes do ano anterior; sua contraparte, o vento, dissolve a rigidez do gelo do inverno. A chuva umedece as sementes, possibilitando-lhes o germinar; sua contraparte, o sol, prove o calor necessário. Por isso a expressão: “Água e fogo não se combatem”.

Em seguida entram em jogo as forças retroativas. A Quietude bloqueia qualquer nova expansão: começa a germinação. Sua contraparte, a Alegria, gera o contentamento da colheita. Finalmente entram em jogo as duas forças diretrizes: o Criativo, que representa a grande lei da existência, e o Receptivo, que indica o abrigo no seio materno, ao qual tudo retorna após o ciclo da vida se ter completado.

Assim como no ciclo do ano, também na vida humana existem essas linhas de forças ascendentes e retroativas, das quais se podem deduzir o passado e o futuro.

A Sequência do Céu Primitivo também é chamada de Bagua Primordial, A Carta do Rio (Hetu) e é um arranjo de opostos. O arranjo anterior do Céu refere-se à ordem arquetípica das coisas antes da criação, antes das mudanças.

Na cosmologia yin-yang, o taiji é precedido pelo wuji. Wuji se separa em taiji ou yin e yang. Dois símbolos tornaram-se quatro símbolos. Os quatro símbolos tornaram-se bagua (ba- oito, gua- área). Bagua descreve todas as coisas da criação.

Fuxi (伏羲, Fu Xi ou Fu Hsi, herói cultural e sábio) é considerado um dos 3 soberanos do período antigo dos “3 Soberanos e 5 Imperadores” da China (2850 – 2200 a.C.) e teria revelado os 8 trigramas.

Definição de Fuxi:

“O Sem Limites (Wuji) produz o delimitado, e este é o Absoluto (Taiji).
O Taiji produz duas formas, chamadas Yin e Yang.
As duas formas produzem quatro fenômenos, chamados de yang menor, yang grande (tai yang também significa Sol), yin menor, yin grande (tai yin também significa Lua).

Os quatro fenômenos atuam sobre os oito trigramas (ba gua), oito vezes oito são sessenta e quatro hexagramas.”

Ou, em outras palavras:

“As mudanças têm origem no Um; do Um criam-se as duas esferas. Das duas esferas saem os quatro elementos, e dos quatro elementos os oito Trigramas’ (do livro Zhou Yi, 周易 (I Ching, 易經, O Livro das Mudanças). As duas esferas referem-se ao céu e à terra, ou yin (feminino, negativo) e yang (masculino, positivo). Os quatro elementos são metal, madeira, água e fogo, que são onipresentes. Os oito diagramas simbolizam os oito fenômenos naturais: céu, terra, trovão, vento, água, fogo, montanha e lago. Assim, a imagem representava o antigo conhecimento chinês inicial do universo.

Para esclarecer o acima:
A ideia básica da “Teoria Yin-Yang” consiste em duas forças naturais, complementares e contraditórias de qualquer fenômeno em nosso universo, o princípio da polaridade oposta e dualidade. Todas as forças no universo podem ser classificadas como energia yin ou yang.

Como já descrito, no bagua, o yin é descrito com duas linhas curtas, o yang é descrito como uma linha contínua.

Bagua Yin Yang
Yin – Yang

A partir de yin e yang, as quatro imagens são formadas pela colocação de uma segunda linha (aplicando 2 quadrados) yin e yang, a determinação da influência é a linha de fundo. Os elementos yin-yang ou “energias” estão constantemente se movendo e influenciando uns aos outros, criando yang/grande, yang/jovem/menor, yin jovem/menor, yin velho/grande.
Essas quatro “imagens”, quatro “direções” também são chamadas de quatro xiàng ou sì xiàng.

Quatro imagens de Bigram

Note que a ordem acima é apenas para compreensão, já que por definição da teoria yin-yang ‘energia sábia’ a linha deve ir “yang velho, yang jovem, yin velho, yin mais jovem”.

Como o yin e o yang são aplicáveis a todas as forças da natureza, a teoria pode ser aplicada à lua e suas fases.

Fases da Lua

A lua cheia é caracterizada pelo velho yang. O declínio da Lua ao longo das fases até o primeiro trimestre é caracterizado pelo yang-jovem. Quando há uma lua cheia, ela é caracterizada por old-yin. O último quarto da lua é caracterizado por yin jovem.

Direções

O Sul é caracterizado pelo velho-yang, o Oeste, pelo jovem-yang, o Norte, pelo velho-yin e o Leste, pela jovem-yin.

Estações

O verão é caracterizado pelo velho-yang, ao outono, pelo jovem-yang, ao inverno, pelo velho-yin e à primavera, pela jovem-yin.

De acordo com a lenda, depois de ter encontrado um misterioso cavalo dragão no Rio Amarelo, a Sequência do Céu Primitivo com seus trigramas foi criada por Fuxi, que adicionou uma terceira linha às quatro imagens já existentes: yin e yang em cubos, ou 2cubed, portanto, 8, possíveis trigramas.

Esses oito trigramas são Céu, Terra, Água, Fogo, Vento, Trovão, Montanha e Lago.

Oito Trigramas
Oito Trigramas

Esses Oito Trigramas estão dispostos em seus opostos, formando um octógono chamado bagua.

O uso de um octógono para organizar os trigramas é em si representativo da tensão da mudança, já que o centro é atingido entre quatro polares opostos.

Sequências do Céu Primitivo

Sequência do Céu primitivo

trigramas 8

Ultimate Bagua
Imagem do Ultimate e dos Oito Diagramas na Sequência do Céu Primitivo
(Nota: Na imagem acima os caracteres chineses são os nomes dos Guas, ‘Sul’ é sempre encontrado no topo do Bagua.)

De acordo com a lenda, o conceito do bagua simbolizado na imagem acima foi criado por Fuxi (伏羲), o criador mítico da pesca, armadilhas e escrita.):
“O Ultimate consiste em um peixe preto e um branco – também chamado de peixe yin e yang” (Fuxi deve ter sido uma encarnação inicial de Douglas Adams).

Os nomes e significados dos Guas:

Qian Qián; outros significados: um sobrenome; macho; forte
Sol xùn; Outro significado: obedecer
Kan Kǎn; Significados: Poço; limiar
Gen Gèn; Significados: um sobrenome
Kun Kūn; Outros significados: a terra; princípio feminino
Zhen Zèn; outros significados: agitar; choque
Li simplificado: 离; Pinyin: lí; outros significados: sair; partir; ir embora; De
Dui simplificado: 兑; Pinyin: Duì; Outro significado: Dinheiro

SEQUÊNCIA DO CÉU POSTERIOR

Deus se manifesta no signo do Incitar; ele faz com que todas as coisas se completem no signo da Suavidade; ele leva as criaturas a se perceberem umas às outras no signo do Aderir (a luz); ele faz com que elas se ajudem no signo do Receptivo. Ele infunde-lhes o contentamento no signo da Alegria; ele luta no signo do Criativo, se esforça no signo do Abismai e conduz à plenitude no signo da Quietude.

Aqui se apresenta a sequência dos oito trigramas de acordo com o arranjo atribuído ao Rei Wên, e que é denominada a “Sequência do Céu Posterior”, ou “Ordem Interna do Mundo”.5 Os trigramas aqui são retirados de seu agrupamento em pares de opostos e apresentados segundo a sequência temporal em que se manifestam no plano fenomênico durante o ciclo do ano. Assim sendo, a ordenação dos trigramas sofre modificações essenciais. Estabeleceram-se correlações entre os pontos cardeais e as estações do ano. A ordem é a seguinte

O ano começa a revelar a atividade criadora de Deus no trigrama Chên, o Incitar, que está a leste e significa a primavera.

Todos os seres surgem no trigrama do Incitar, que se encontra a leste. Eles chegam à plenitude no trigrama da Suavidade (Agua), que se encontra a sudeste. A plenitude significa que todos os seres tornam-se puros e realizados. O Aderir é a luminosidade, na qual os seres percebem-se uns aos outros. É o trigrama do sul.

O fato de os santos e sábios voltarem-se para o sul quando escutavam o sentido do universo significa que governavam voltados para a luz. Eles sem dúvida inspiravam-se nesse trigrama.

O Receptivo significa a terra. Ele cuida para que todos os seres tenham alimento. Por isso se diz: “Ele (Deus) os leva a ajudarem-se uns aos outros no trigrama do Receptivo”.

A Alegria é o auge do outono, que proporciona contentamento a todos os seres. Por isso se diz: “Ele lhes dá contentamento no trigrama da Alegria”. “Ele luta no trigrama do Criativo”.

O Criativo é o trigrama do noroeste. Isso indica que aqui o obscuro e o luminoso incitam-se um ao outro.

O Abismai significa água. É o trigrama do norte, do esforço a que todos os seres estão sujeitos. Por isso se diz: “Ele se esforça no trigrama do Abismal”.

A Quietude é o trigrama do nordeste, onde consuma-se o começo e o fim de todos os seres. Por isso se diz: “Ele os conduz à plenitude no trigrama da Quietude”.

Aqui se ressalta a correspondência entre o curso do ano e o curso do dia. Aquilo que, no trecho anterior, se descrevia como a manifestação do divino, agora é expresso em sua atuação na natureza. Os trigramas são atribuídos às estações do ano e aos pontos cardeais, através de breves referencias das quais se infere o esquema acima.

Com o despertar da primavera a natureza começa a germinar e brotar. Isso corresponde ao amanhecer, ao início do dia. Este movimento que arranca da inércia é atribuído ao trigrama Chên, o Incitar, que surge da terra sob a forma do trovão e da força elétrica.

Sopram, então, as suaves brisas, renova-se o mundo das plantas, cobre-se a terra de verde. Isso corresponde ao trigrama da Suavidade, do Penetrante.

Sun tem como imagem tanto o vento que dissolve o rígido gelo do inverno, como a madeira que cresce organicamente. Esse trigrama tende a fazer com que as coisas fluam rumo às suas formas, que se desenvolvam e cresçam de modo a realizar o que se prefigurava na semente.

Chega-se, então, à culminância do ano, ao pleno verão, ao meio-dia. Este é o ponto do trigrama Li, o Aderir, a Luz. Aqui os seres percebem-se uns aos outros. A vida orgânica vegetativa passa ao estado de consciência psíquica. Aqui há também uma imagem da sociedade humana na qual o dirigente, voltado para a luz, governa o mundo. Convém notar que o trigrama Li ocupa a posição sul, que na Sequência Primordial era ocupada pelo trigrama Ch’ien, o Criativo. Li consiste essencialmente na linha superior e inferior de Ch’ien, que incorporou a si a linha central de K’un. Para uma compreensão completa, deve-se visualizar a Ordem Interna do Mundo como translúcida, quando, então, através dela, brilharia a Ordem Primordial. Assim, quando se chega ao trigrama Li, encontra-se também o dirigente Ch’ien, que governa voltado para o sul.

Segue-se o amadurecimento dos frutos do campo, dádiva de K’un, a Terra, o Receptivo. É a época da colheita, do trabalho comunitário. E então, assim como a noite segue-se ao dia, vem o pleno outono, no trigrama da Alegria, Tui, conduzindo o ano à maturidade e ao contentamento. A seguir vem a estação severa, que exige provas do que foi realizado. Há uma atmosfera de julgamento. Os pensamentos retomam da terra para o céu, para o Criativo, Ch’ien. Trava-se uma luta. É justamente quando o Criativo está alcançando o domínio que o poder obscuro de Yin adquire sua maior capacidade de influência externa. Por isso o obscuro e o luminoso agora incitam-se um ao outro.

Não pode haver-dúvida quanto ao resultado dessa luta, pois é apenas a conclusão decorrente de causas já existentes que foram julgadas pelo Criativo. Depois chega o inverno no trigrama do Abismai, K’an, situado ao norte, lugar do Receptivo na Ordem Primordial. K’an tem como símbolo o desfiladeiro. É o momento do trabalho de guardar a colheita no celeiro. Assim como a água não poupa esforços, dirigindo-se sempre aos lugares mais profundos (e por isso todas as coisas acompanham seu fluir), assim o inverno no curso do ano e a meia-noite no curso do dia representam o momento da concentração. O trigrama Kên, a Quietude, cujo símbolo é a montanha, tem um significado misterioso. Aqui, na semente, no mais profundo recolhimento e silêncio, o fim de todas as coisas une-se a um novo começo. A morte e a vida, o perecer e o ressuscitar — esses são os pensamentos que despertam a transição do ano que passa ao novo ano que chega. Assim fecha-se o círculo.

Como o dia ou o ano na natureza, cada vida, e mais ainda, cada ciclo de experiências, instaura uma continuidade que liga o antigo ao novo. A partir dessa perspectiva pode-se compreender por que em vários dos sessenta e quatro hexagramas o sudoeste representa o período de trabalho e companheirismo, enquanto o nordeste corresponde ao período de solidão, quando o antigo termina e o novo principia

Há um espírito misterioso presente em todos os seres, e que atua através deles. Entre tudo que movimenta as coisas, nada é mais veloz que o trovão. Entre tudo que curva as coisas, nada é mais rápido que o vento. Entre tudo que aquece as coisas, nada resseca mais que o fogo. Entre tudo que alegra as coisas, nada traz mais contentamento que o lago. Entre tudo que umedece as coisas, nada é mais úmido que a água. Entre tudo que dá início e fim às coisas, nada é mais glorioso que a quietude.

Por isso a água e o fogo se complementam, o trovão e o vento não atrapalham um ao outro, as forças da montanha e do lago atuam convergindo. Somente assim é possível a modificação e a transformação. Somente assim os seres podem alcançar a perfeição. Aqui descreve-se apenas a atividade dos seis trigramas derivados.8

Essa é a ação do princípio espiritual que não é uma coisa entre as outras, mas a força que se manifesta através de diferentes efeitos — do trovão, do vento, etc. Os dois trigramas originários, o Criativo e o Receptivo, não são mencionados, pois enquanto céu e terra eles são diretas expressões do próprio espírito no interior do qual, pela influência das forças derivadas, o mundo visível surge e se modifica. Cada uma dessa forças atua numa determinada direção, mas há movimento e mutação apenas porque essas forças não se anulam uma à outra mas, agindo como pares complementares de opostos, impulsionam a dinâmica cíclica da qual depende a vida do mundo.

A sequência do Céu Tardio também é chamada de Bagua Manifestada, a Carta de Lo (Rio) (Luoshu) e refere-se à ordem de mudança no mundo manifesto, incorporando o ciclo de nascimento e morte, o dia, e também os 24 Jieqi (jieqi: 24 marcadores sazonais, que seguem o ano solar, ver: Calendário Chinês), tempo, anatomia, geografia, geomancia, astrologia e astronomia.

rei Wen da dinastia Zhou (1122-256 a.C.): “Quando o mundo começou, havia céu e terra. O céu acasalou com a terra e deu à luz tudo no mundo. O céu é Qian-gua, e a Terra é K’un-gua. Os restantes seis guas são os seus filhos e filhas.

GUA DIREÇÃO NATUREZA ESTAÇÃO FAMÍLIA PERSONALIDADE SIGNIFICADO
Li Sul Fogo* Verão Filha do meio aderente movimento rápido, brilho, o sol
K’un Sudoeste Terra* Verão Mãe receptivo energia receptiva, aquela que rende
Dui Oeste Lago/
Pântano
Outono Filha mais nova alegre alegria, satisfação, estagnação
Qian/ Quian Noroeste Céu Outono Pai criativo energia expansiva, o céu
K’an Norte Água* Inverno Filho do meio abismal perigo, rios rápidos, abismo, lua
Gen Nordeste Montanha Inverno Filho mais novo ainda quietude, inamovibilidade
Zhen Leste Trovão Primavera Filho mais velho Despertando excitação, revolução, divisão
Xun/ Sol Sudeste Vento* Primavera Filha mais velha gentil penetração suave, flexibilidade

*Nota: alguns trigramas também estão entre os Cinco Elementos de Wu Xing (chinês: 五行; pinyin: wǔxíng): Água e Fogo. O elemento Terra corresponde a ambos, os trigramas de Terra e Montanha. O elemento Madeira corresponde aos trigramas de Vento (como uma força suave, mas inexorável que pode corroer e penetrar pedra) e Trovão. O elemento Metal corresponde aos trigramas de Céu (Céu) e Lago (Pântano).
Veja também:   Gráfico dos Cinco Elementos

Sequência Céu Posterior
Quadrat Bagua Later Heaven Sequence
Nota: ‘Sul’ é sempre encontrado no topo do Bagua.

Eu Ging Bagua

Comumente, os crentes do Feng Shui usam o bagua abaixo, as interpretações são baseadas no I Ching. Note que as cores também estão “em movimento”.

GUA Direção Elemento Cor Família Parte do corpo Atributo
Li Sul Fogo vermelho, laranja, roxo 2ª filha olho 1 Doação de luz, dependência
K’un sudoeste Terra rosa, branco, bege, vermelho mãe barriga, órgãos 2 dedicado, rendendo
Dui Oeste Metal, Pântano, Pântano, branco, cinza, prata 3ª filha boca 3 prazer
Qian/ Quian noroeste Céu, Éter branco, cinza, prata pai cabeça 5 forte
K’an Norte Água preto, azul 2º filho orelha 6 perigoso
Gen nordeste Montanha azul, preto, verde 3º filho mão 7 descansar, ficar em pé/manter-se imóvel
Zhen Leste Madeira verde 1º filho 4 iniciativa
Xun/ Sol sudeste Vento, Madeira roxo, roxo azul, roxo avermelhado, marrom 1ª filha quadril 8 penetrante
yin-yang Centro Centro tons amarelos, arenosos-terrosos

 

GUA PALCO COLOCAÇÃO FORMA ANIMAL ÁREA DE VIDA
Li agarrado, adaptável, clareza meio traseiro triangular faisão fama, reputação
K’un receptivo traseira direita triangular vaca relacionamento, amor, mãe
Dui devoção tranquila e completa meio direito redondo, montado ovelha criatividade, futuro, crianças
Qian/ Quian criativo frente direita redondo, montado cavalo Pessoas Prestativas, Benção, Viagem, Pai
K’an em movimento Meio da frente formas ondulantes e livres porco Carreira, Trajetória de Vida
Gen conclusão frente esquerda formas ondulantes e livres cão, lobo conhecimento, sabedoria, habilidades
Zhen iniciativa meio esquerdo retangular, colunar, vertical dragão família, fundação, passado, saúde física
Xun/ Sol entrada suave traseira esquerda retangular, colunar, vertical ave abundância, prosperidade, riqueza
yin-yang centro centro saúde, saúde espiritual, bem-estar

    BAGUA COLORIDO
Bagua com cores, símbolos e significado.
Nota da Sequência
do Céu Mais Tarde: ‘Sul’ é sempre encontrado no topo do Bagua

BAGUA ESPELO. 

Os espelhos alteram o espaço eliminando a dimensão da distância. Os espelhos estão associados à água e à lua. Os espelhos são ecos visuais, conectando o passado ao presente e o consciente ao inconsciente.
Acredita-se que os Espelhos transformam o chi negativo em chi, promovendo assim a harmonia (o chi negativo é chamado de sha).
Acredita-se que os espelhos expelem energia negativa, maus, maus espíritos, uma vez que a energia negativa seria refletida para trás, espírito maligno ficaria assustado com sua própria aparência ao se olhar no espelho e, portanto, desapareceria.
Os espelhos côncavos devem absorver energia negativa, enquanto os espelhos convexos devem refletir energia negativa. O ba gua funciona como um campo de força em torno do fluxo de chi de e para o espelho.

Por volta de 500 a.C., espelhos foram fixados nas roupas das pessoas pelo motivo acima mencionado.

Geralmente, existem três tipos de espelhos ba gua:

1) Madeira/material em forma de octógono com um pequeno espelho redondo no meio; Cores vivas de verde (simbolizando primavera, vigor, criatividade), vermelho (simbolizando verão, iluminação, crescimento) e amarelo dourado (simbolizando produtividade, sucesso, final do verão, outono) se estendem da extremidade externa do espelho até a extremidade externa da madeira/material octógono.

2) Espelho em forma de octógono emoldurado por madeira, o vidro provavelmente cobrirá o espelho. Um sinal de Yin-Yang é pintado no meio, os ba gua são pintados ao redor do sinal Yin-Yang em quatro cores: azul, verde, vermelho e amarelo.

3) Uma combinação de um espelho de bagua e deuses da porta. Geralmente estes são feitos de madeira contendo uma máscara como retrato de um protetor ou deus, às vezes com um animal simbólico. O protetor ou deus segura um bastão para afastar o mal e, às vezes, uma placa declarando boa sorte aos que ali residem. Acima da cena está um espelho ba gua regular.

Os antigos sábios chineses sugerem ser as possibilidades das micro e macro situações do Universo, sempre em Mutação, sendo que o único imutável é o Tao. Tudo o mais é relativo ao seu oposto, ou ao contrário complementar. São fundamentos que dão conta e darão conta ainda, de muitas conexões e analogias aos pequenos fatos humanos e a grandes eventos cósmicos. A prática o tem demonstrado.

O I Ching, o livro sagrado das mutações, livro ancestral chinês, tem sua origem perdida na bruma dos tempos. Há inscrições dos trigramas em casco de tartaruga ou omoplata de animais de mais de 6000 anos atrás.

64 Hexagramas

De modo a abranger uma multiplicidade ainda maior, esses oito trigramas, numa data muito remota, foram combinados uns com os outros, quando então se obteve o número máximo de suas combinações, um total de 64 hexagrama. Cada um desses hexagramas consiste de seis linhas positivas ou negativas. Cada linha é considerada como sendo passível de mudança, e sempre que uma linha muda toda a situação representada pelo hexagrama muda também.

Tomemos, por exemplo, o hexagrama K’un, RECEPTIVO, terra. Ele representa a natureza da terra, a abnegação poderosa. Quanto às estações, corresponde ao final do outono (Céu Posterior), quando todas as forças da vida encontram-se em repouso. Se a linha inferior muda, surge o hexagrama Fu, RETORNO

Ele representa o trovão, o movimento que volta a agitar-se no interior da terra, na época do solstício. Simboliza o retorno da luz.

Como esses exemplos demonstram, nem todas as linhas de um hexagrama mudam necessariamente. Isso depende por completo do caráter de uma dada linha.

Uma linha cuja natureza é positiva, com um aumento de seu dinamismo transforma-se no oposto, numa linha negativa, enquanto que uma linha positiva de menor força não sofre essa mudança.

Linhas positivas móveis são designadas pelo número 9

Linhas negativas móveis, pelo número 6.

As linhas que não são móveis funcionam apenas como material de estruturação do hexagrama, sem um significado intrínseco seu, e são representadas pelos números 7 (positivas) e 8 (negativas).

Assim, quando no texto se lê “Nove na primeira posição significa…” equivale a dizer “Quando a linha positiva na primeira posição é representada por um nove, tem o seguinte significado…”. Se, por outro lado, a linha positiva for representada pelo número 7, não deve ser considerada ao se interpretar o oráculo. O mesmo princípio se aplica às linhas negativas representadas pelos números 6 e 8, respectivamente.

Os trigramas formados pelas linhas um, dois e três ou quatro, cinco e seis são chamados trigramas básicos. Além deles há os chamados trigramas nucleares, formados pelas linhas dois, três e quatro ou pelas linhas três, quatro e cinco.

No Hexagrama o primeiro trigrama deve mostrar os aspectos internos da mudança atual, em curso, enquanto o segundo trigrama retratará o aspecto externo da mudança atual, em andamento. Assim, o aspecto interno (uma pessoa) é combinado com o aspecto externo (uma situação). Cada hexagrama representa um processo, uma mudança que acontece no momento presente.

Os oito trigramas acima mostram uma visão estática. Para especificar uma mudança dinâmica, o processo de mudança, o ba gua foi “ampliado” para 64 hexagramas pela interação de cada

 

Os hexagramas são “conselhos” com conceitos incorporados, mnemônicos para conceitos filosóficos, baseados em uma ideia filosófica de equilíbrio através dos opostos e aceitação da mudança.

Interpretação

A linguagem estabelecida para a comunicação baseia-se nos números e seu simbolismo.

Os princípios fundamentais do mundo são o céu e a terra, o espírito e a matéria.

Os hexagramas, em sua composição de seis linhas, são, pode-se dizer, representações de condições reais do mundo e das combinações do poder luminoso, celeste, e do poder obscuro, terreno, que ocorrem nessas situações. Porém, no interior desses hexagramas há sempre a possibilidade de mutação e reagrupamento das linhas. Assim como as situações do mundo estão em contínua mutação, assim também os hexagramas mudam, criando novas composições em lugar das anteriores. O processo de mutação manifesta-se nas linhas móveis, resultando, ao final, na formação de um novo hexagrama.

 

O sorteio com moedas

Para obter resposta do I Ching, a forma tradicional mais comum de sorteio utiliza três moedas. Que moedas usar? Qualquer moeda serve. Os chineses usam moedas chinesas porque são as que se encontram à mão para eles. No Brasil, o mais simples e natural será utilizar as moedas brasileiras, sejam as atuais ou já fora de uso. Chamamos atenção para esse ponto porque algumas pessoas se confundem e deixam de consultar o livro porque não têm moedas chinesas! Não devemos cair nesse equívoco. Se o mais importante, o texto, já se encontra em versão brasileira, por que não as moedas? Nada impede, porém, de utilizarmos as moedas originais chinesas ou suas cópias! São bonitas e têm marcas simbólicas.

Para sortear as respostas do I Ching é muito comum as pessoas guardarem moedas exclusivas para esse fim, pois sentem que as moedas que têm alguma história pessoal ajudam a estabelecer um vínculo mais confiante com a consulta. Devemos entender que as escolhas estão em aberto: moedas ganhas de alguém em especial, moedas antigas apreciadas pelo seu valor, ou até mesmo medalhas simbólicas ou de santos. Aliás, conhecemos um sacerdote que utiliza, ao invés de moedas, três medalhas de Nossa Senhora como força inspiradora para a consulta!

Como Consultar o I Ching com Moedas
Antigas moedas chinesas e moedas brasileiras atuais. Todas espécies de moedas e de medalhas podem ser utilizadas.

O cuidado mais importante, seguramente, é o de refletirmos sobre a nossa questão e deixar que ela fique o mais claro possível para nós mesmos. É por essa razão que muitas pessoas reservam um caderno próprio para registrar suas dúvidas, suas perguntas; feito o sorteio, anotam a resposta e, eventualmente, o que entenderam dela. Com isso, dispõem de material para avaliar os prognósticos e, no mais das vezes, validar o que o Livro indica e, assim, ganhar a confiança firme e comprovada nas orientações recebidas.

O processo é simples: lançamos as três moedas por seis vezes, uma vez para cada linha que constitui o hexagrama. As linhas sorteadas serão inteiras (yang, positivas) ou partidas (yin, receptivas), dependendo das combinações de cara e coroa das moedas.

Explicar por escrito é sempre mais complicado que demonstrar. Com um pouco de paciência, porém, seguindo passo a passo as instruções, logo se aprende. Vejamos:

Como o hexagrama tem seis linhas, é preciso lançar seis vezes as três moedas.

Como primeiro passo devemos convencionar com clareza qual é a cara e qual é a coroa das moedas, ou seja, qual é a face yang e qual a yin. Como sugestão, podemos considerar que a face cunhada com o valor da moeda o brasão ou qualquer outro elemento decorativo, a coroa, é o lado yang, é a cara, é o lado yin.

O consulente, com as três moedas na mão, mantém em mente o assunto para o qual deseja obter orientação. A seguir, lança as três moedas ao mesmo tempo. A primeira jogada revela a linha inferior do hexagrama; a segunda jogada indica a segunda linha de baixo para cima e, assim por diante, até a sexta e última jogada, que indica a última linha superior.

Há quatro combinações possíveis de coroa-yang e cara-yin nos lançamentos das três moedas; cada uma delas indica um tipo de linha, como pode ser visto na tabela que se segue:

A tabela das moedas

Tabela de moedas para sorteio das linhas do Hexagrama

Nesta tabela, para deixar o visual mais claro, a face yin da moeda foi colorida de cinza e a face yang foi colorida de marrão.

Cada linha também pode ser designada por um número específico, que se obtém pela soma dos valores atribuídos às faces yin e yang da moeda. O lado yin vale 2 e o lado yang vale 3. Exemplo: se saírem duas moedas com a face yang e uma com a face yin, somaremos 3 + 3 + 2 = 8. Isso quer dizer que obtivemos uma linha 8, ou seja, uma linha yin em repouso, ou estática.

Não precisamos nos preocupar inicialmente com esses valores. Eles estão sendo mencionados porque, nos livros, as linhas móveis são referidas pelos valores indicados na tabela acima; por exemplo: “9 na primeira posição”, “6 na quarta posição” e assim por diante.

Exemplo de sorteio

Para facilitar a compreensão, vamos considerar um sorteio em que as moedas deram como resultado:

Exemplo de Sorteio do Hexagrama do I Ching com Moedas
Podemos reconhecer, neste exemplo, o trigrama superior  Trigrama Trovão  (“Trovão”) e o trigrama inferior Trigrama Vento (“Vento”).

Para encontrar no Livro o texto correspondente a esse hexagrama, basta verificar na tabela abaixo o número do hexagrama sorteado, ou seja, o número de ordem em que se encontra no Livro.

Veja o trigrama inferior na coluna à esquerda da tabela (o 6º de cima para baixo, no exemplo: Sun-Vento), e o trigrama superior na linha de cima da tabela (o 2º da esquerda para a direita, no exemplo : Chen-Trovão); no cruzamento da coluna com a linha está o número do hexagrama procurado, que no nosso exemplo é o 32 – Perseverança.

A tabela dos trigramas formando os Hexagramas

Tabela dos Hexagramas

No caso de saírem linhas móveis, deve ser traçado um segundo hexagrama resultante da mutação destas linhas. A linha yang móvel, Linha Inteira Yang-- Movel, transforma-se numa yin em repouso Linha Interrompida - Yin e a linha yin móvel,  Linha Interrompida Yin - Movel , passa para uma yang em repouso Linha Inteira - Yang.

Vejamos um exemplo para facilitar a compreensão dos procedimentos:

Exemplo de sorteio do Hexagrama do I Ching com Moedas

O hexagrama inicial é o  41 – Diminuição, com o trigrama inferior  Trigrama Lago  (Tui – Lago) e o  superior   (Ken – Montanha). Como saíram linhas móveis para a 4ª e a 6ª posições, procedemos a mudança dessas linhas criando um novo hexagrama, ou seja, o 54 – Casamento da Jovem, composto pelos trigramas  Trigrama Lago  (Tui – Lago)  e  Trigrama Trovão  (Chen – Trovão).

Quando ocorrem linhas móveis, além da leitura do Julgamento (ou oráculo) e da Imagem (ou Conselho) do hexagrama inicial, devemos ler também os textos referentes às respectivas linhas móveis que, no nosso exemplo, seriam as 4ª e 6ª linhas do hexagrama 41. A seguir, completamos com a leitura do Julgamento-Oráculo e Imagem-Conselho do hexagrama final (54, no exemplo). Deste último hexagrama, por se tratar da conclusão e não haver mais linhas móveis envolvidas, não precisaremos ler os textos referentes às linhas.

O conjunto desses textos – hexagrama inicial, linhas móveis e hexagrama final – representa a resposta do I Ching ao consulente.

Hexagrama nuclear de outro: trigrama inferior formado pelas linhas 2 3 4 e o trigrama superior pelas linhas 3 4 5

Hexagrama oposto de outro: trigrama inferior formado pelas linhas 6 5 4 e o superior pelas linhas 3 2 1

Hexagrama invertido de outro: inversão de todas as linhas

A seguir uma das formas que muitos astrólogos usam para saber qual é o hexagrama que corresponde a uma posição zodiacal. Este jeito não é o usado pelo Desenho Humano, o coloco porque é o mais conhecido e usado.

28 de Dezembro de 2013 - Quiosque do Ken

Para você o Hexagrama associado a uma determinada posição zodiacal siga a seguinte formula:

Hexagrama = posição em graus do planeta relativo ao O° de Áries multiplicado por o,177

nota: se o posicionamento tiver minutos, faça o seguinte:  30 minutos ou mais, some um grau, menos, diminua um grau

Dedução da fórmula

regra de três:

Hexagrama  —– posição em graus zodiacais do planeta

64  —– 360

Hexagrama = 64/360 posição do planeta em graus = 0.177 x posição em graus do planeta

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Exemplo

Éris a 24°17 de Áries

Hexagrama = 24,4 x o,177 = 4,31 = Hexagrama 4

Sol a 2°34 de virgem = 182°34 como 34 é maior de 30 soma um grau e fica 183°

Hexagrama = 183 x o,177 = 32,39 = Hexagrama 32 (despreço ,39 por ser menor de ,50)

O que são os Hexagramas do Oráculo do I Ching

OS 64 Hexagramas

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