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Versão de Hector Othon de Não temas ao mal canalizado por Eva Pierrakos | Curso Astrothon
Curso Astrothon

Versão de Hector Othon de Não temas ao mal canalizado por Eva Pierrakos

texto editado por Hector Othon
eva-pierrakos-john-h200
Eva Pierrakos e seu marido John

A seguir compartilho cada uma das palestras do livro “Não temas o mal” editadas por mim seguindo o comando de minha inspiração. Ao ler o livro senti a necessidade de ir o editando, me permiti este atrevimento no pretexto de respeitar a possibilidade de eu também estar canalizando. Compartilho a seguir o link com o texto original.

Veja a versão original em:

http://www.projetovemser.com.br/blog/wp-content/uploads/2010/02/Nao-Temas-o-Mal-Transformacao-do-Eu-Interior.pdf

“Não temas o mal” ensina o método Pathwork para a Transformação do Eu Inferior canalizado por Eva Pierrakos e é neste livro compilado e organizado por Donovan Thesenga. 

Tradução: Sérgio Luiz dos Reis Lasserre. Publicado no Brasil pela editora Cultruix-São Paulo

Sumário Introdução

I. Eu, você e o mal

II. Eva, o Guia, o Pathwork

III. Como usar este livro

Parte 1. Autoconhecimento

Capítulo 1. Conheça-se a si mesmo

Capítulo 2. Eu Superior, Eu Inferior e Máscara

Deixando de enganar a si mesmo

Capítulo 3. Realize uma verdadeira mudança de sentimentos

Encare a vida; Uma busca completa leva tempo; O preço do crescimento espiritual é alto; Três tipos de trabalho

Capítulo 4. Descubra os seus defeitos

A lei da fraternidade; Os três principais defeitos; Revisão diária

Capítulo 5. Imagens

Será que eu tenho uma imagem?; Como procurar imagens; Os benefícios da dissolução das imagens; Vergonha

Capítulo 6. O círculo vicioso do amor imaturo

A criança que quer amor exclusivo; Medo do castigo, medo da felicidade; Duas consciências; Perpetuação da inadequação e da inferioridade; A dissolução do círculo

Capítulo 7. A compulsão de recriar e superar feridas infantis

A falta de amor maduro; Tentativas de remediar a ferida infantil na idade adulta; A falácia dessa estratégia; Como reexperimentar a ferida infantil; Como deixar de recriar

Capítulo 8. A auto-imagem idealizada

O medo da dor e da punição; A máscara moral do eu idealizado; Auto-aceitação; O tirano interior; Afastamento do eu verdadeiro; O abandono do eu idealizado; A volta para casa

Capítulo 9. Amor, poder e serenidade

Amor/submissão; Poder/agressividade; Serenidade/retraimento; A necessidade do desenvolvimento emocional

Capítulo 10. Como enfrentar a dor dos padrões destrutivos

A dor das falsas soluções; A dor da mudança; A dor da insatisfação; A mudança da evasão para a realidade

Parte 2. Apego à negatividade

Capítulo 11. Como descobrir o “não” inconsciente

Mudança através da detecção da corrente de negação; Observe os pensamentos semiconscientes

Capítulo 12. Transição da corrente de negação para a corrente afirmativa

É você quem diz não; Compare o positivo com o negativo; Fale sobre o problema

Capítulo 13. A função do ego em relação ao Eu Verdadeiro

A necessidade de um ego forte; Vá além do ego

Capítulo 14. O que é o mal?

O mal como entorpecimento; Crueldade; Ligação da força vital com situações negativas; A persistência do mal: o prazer ligado à crueldade

Capítulo 15. O conflito entre as formas positiva e negativa do prazer como origem da dor

Vida e antivida; o desejo pelo negativo; Ciclos autoperpetuadores; O prazer negativamente orientado

Capítulo 16. Positividade e negatividade: uma única corrente de energia

A natureza da destrutividade; O prazer da negatividade; A energia sexual bloqueada

Capítulo 17. Como vencer a negatividade

Três formas para encontrar a saída; Papéis e jogos; o quarto passo

Parte 3. Transformação

Capítulo 18. Meditação para três vozes: Ego, Eu Inferior, Eu Superior

O ego como mediador; A atitude meditativa; As mudanças proporcionadas pela meditação do Pathwork; A reeducação do eu destrutivo

Capítulo 19. A auto-identificação e os estágios da consciência

É você quem integra; A mudança de identificação; Os quatro estágios de percepção; O terror desaparece; A expansão da consciência

Capítulo 20. A dissolução dos seus medos

O mal como defesa contra o sofrimento; O problema da preguiça; O medo de sentir todos os sentimentos; O compromisso de entrar e ir até o fim

Capítulo 21. A identificação com o Eu Espiritual para superar a negatividade

A intencionalidade negativa; Uma nova esperança; Qual a parte de você com a qual você se identifica?; Como abandonar a intencionalidade negativa; A saída

Capítulo 22. A transição para a intencionalidade positiva

Examine todos os pensamentos; Vá até o fim

Capítulo 23. Um processo de visualização para crescer rumo ao estado unificado

Assuma um compromisso de todo o coração; Vida interior e vida exterior; A realização da vida divina

Capítulo 24. Espaço interior, vazio focalizado

A descoberta da realidade interior; Os estágios do vazio focalizado; O “você” real que vive no mundo real Uma palavra final . O mal transformado; O mal transcendido; O estado unificado

Uma palavra final

O mal transformado; O mal transcendido; O estado unificado

Introdução

Eu, você e o mal

“A natureza humana é capaz de um mal infinito… Hoje, como nunca antes, é importante que os seres humanos não subestimem o perigo representado pelo mal que espreita dentro deles. Ele é, infelizmente, real, e é por essa razão que a psicologia deve insistir na realidade do mal e deve rejeitar qualquer definição que o considere insignificante ou inexistente.” C. G. Jung

Você não é uma pessoa má. Eu não sou uma pessoa má. Contudo, o mal existe no mundo. De onde ele vem?

As coisas más que são feitas sobre a Terra são praticadas por seres humanos. Nós não podemos pôr a culpa nas plantas ou nos animais, numa doença infecciosa ou em influências nefastas do espaço sideral. Mas, se você e eu não somos maus, quem o é? Será que o mal habita somente os corações dos criminosos, mas não os das pessoas que conhecemos? Será ainda possível que ninguém seja mau, mas apenas desorientado?

Onde reside o mal? De onde ele surge? O mal existe em você e em mim?

A observação do comportamento humano ensina que o mal reside em cada um de nós. O mal do mundo é a soma do mal em cada um de nós.

Eu já fiz coisas que são moralmente repreensíveis e tenho fortes suspeitas de que você também. Todos temos falhas de caráter, somos mais ou menos egocêntricos, egoístas e mesquinhos. E essas falhas de caráter levaram-me, muitas vezes, a ser antipático, rancoroso, ciumento, e agir de formas que só contribuem para aumentar o sofrimento no mundo. Mas isso faz de mim uma pessoa má?

Você e eu certamente não somos maus em nossa totalidade, ou em nossa essência, mas temos o mal dentro de nós. A palavra “mal” descreve todo um leque de comportamentos que vai desde a simples mesquinhez e o egocentrismo, num extremo, até o sadismo genocida do nazismo no outro. Aqueles de nós que habitam um extremo inferior do espectro podem ter o desejo de dizer que nada tem em comum com os assassinos do extremo oposto; contudo, será que não temos nada em comum mesmo com eles?

Há trinta ou quarenta anos atrás, a palavra “pecado” ainda era de uso comum, mas hoje (a não ser entre os fundamentalistas) ela praticamente não é mais empregada. Agora preferimos usar a terminologia da Psicologia que fala de “transtornos da personalidade”, mas normalmente de uma maneira que põe a culpa alhures – nos pais ou na sociedade – por fazerem de nós o que nós somos.

A mudança pessoal ocorre quando compreendemos a origem da nossa programação.

A velha ideia religiosa do pecado nos ensina: somos responsáveis pela nossa negatividade, pelos nossos atos e omissões. Ser responsável é muito diferente de ser culpado. Significa simplesmente assumir a responsabilidade que nos cabe na origem da dor, da injustiça e do descaso em nós, nos outros e no mundo.

Se eu posso admitir o grau de responsabilidade que me corresponde no mal que me habita – admitir que não sou apenas uma vítima do mal que existe no mundo, mas que sou cúmplice e criador de negatividade – então, o que devo fazer a respeito? Como posso transformar o mal que existe em mim?

É indiscutível que temos um “lado virtuoso” um “lado luz”. Mas o que faremos com o nosso “lado Escuro” nosso “lado mau”? De onde ele vem, porque é tão difícil aceitar, encarar ele e como devemos lidar com ele?

A transmissão que veio através de Eva Pierrakos ensina-nos que o mal pode ser encontrado de alguma forma no coração de cada ser humano, mas que ele não precisa ser temido e negado. Ela nos presenteou com um método para que possamos ver claramente o nosso “lado escuro”, compreender suas raízes e causas e, o que é mais importante, transformá-lo. O resultado dessa transformação será paz no coração humano, e só depois que esta for alcançada haverá paz na Terra.

o Guia e Eva Pierrakos

O material que se encontra reunido aqui foi originalmente transmitido por via oral e não por escrito. Eva Pierrakos não é sua autora; ela é apenas o canal através do qual ele foi enviado. O verdadeiro autor é um ser desencarnado, que falava através de Eva quando ela entrava em um estado alterado de consciência. Esse ser nada nos diz dele mesmo – nenhum traço de personalidade, nenhuma história, nenhum glamour. Ele nem ao menos deu a si mesmo um nome, mas veio a ser conhecido como “O Guia”. O material que foi transmitido ficou conhecido como “as Palestras do Guia”, e o processo de transformação pessoal exposto nos ensinamentos é conhecido como “O Pathwork”.

O Guia colocou toda a ênfase no material exposto e nenhuma sobre a sua fonte.

Ele disse, em uma de suas últimas transmissões: “não se preocupe com o fenômeno desta comunicação em si. A única coisa que importa compreender no início de uma aventura como esta é que existem níveis de realidade que vocês ainda não exploraram e experimentaram e sobre os quais podem, no máximo, teorizar”. Além do mais, levem em consideração que cada personalidade tem uma profundidade da qual ela mesma pode ainda não ter consciência, nessa profundidade, todos possuem os meios para transcender os estreitos limites da sua personalidade e receber acesso a outros reinos e entidades dotadas de um conhecimento mais amplo e mais profundo”.

Este caminho que conduz à verdadeira paz e integridade exige:

  • verdade para consigo mesmo,
  • exposição daquilo que existe agora,
  • eliminação de máscaras e fingimentos e
  • a experiência da sua vulnerabilidade nua.

Como usar este livro

Recomendamos com insistência que você não tente sentar-se e ler este volume de uma só vez, mas que preferentemente o estude em grupo. O material nele contido foi originalmente apresentado com a expectativa de que cada palestra fosse lida e então discutida em grupo por um mês inteiro antes que a próxima palestra fosse estudada. Muito desse material é demasiado denso e requer releitura e profundas tentativas de aplicá-lo à sua vida.

Caso faça sozinho, recomendamos que você leia cada palestra uma vez, aguarde alguns dias e então a leia novamente, reservando algum tempo para a melhor aplicação do aprendido em si mesmo antes de passar à leitura da próxima palestra.

A seleção das palestras e partes de palestras que aparecem aqui constituem uma amostra das 258 que foram proferidas. Elas são apresentadas cronologicamente e dão melhor resultado se forem lidas nessa ordem. Contudo, se você achar alguma seção deste livro muito difícil, recomendamos que, em vez de deixá-lo de lado, salte adiante para outra palestra com um título que o interesse, depois no momento certo você a retoma.

Estas palestras apresentam um método de auto-observação e uma estrutura teórica que você pode usar para organizar e compreender aquilo que observa.

O Trabalho então requer diligentes esforços para remover as suas máscaras e defesas e para entrar em contato e reconhecer os verdadeiros sentimentos que você reprimiu e negou. Uma parte desse trabalho pode ser feita individualmente, mas, para a maioria das pessoas fica muito difícil continuar o trabalho sozinho. Você precisará de amigos e conselheiros, companheiros de viagem, para ajudá-lo a ver certos aspectos de si mesmo que você prefere manter na sombra.

Uma vez que tenha aprendido a verdadeira auto-observação – e então tenha tido a coragem de trazer a sua sombra, o seu Eu Inferior, para a luz -, você estará pronto e apto a iniciar a prática da verdadeira autotransformação. O trabalho de autoconhecimento não é rápido nem fácil, mas ele vai realmente mudar a sua vida.

Autoconhecimento

“Um homem tem muitas peles, cobrindo as profundezas do seu coração. O homem conhece muitas, muitas coisas; ele não conhece a si mesmo. Ora, trinta ou quarenta peles ou couros, como que de boi ou urso, muito espessas e duras, cobrem a alma. Entre no seu próprio território e aprenda a conhecer-se lá”. Meiter Eckhart

É com frequência trágica ver o quão evidentemente um homem estraga a própria vida e a vida de outros e, ainda assim, permanece totalmente incapaz de ver que toda a tragédia tem origem nele mesmo e como ele continuamente a alimenta e a mantém em curso. Não conscientemente, é claro – pois conscientemente ele está engajado em lamentar um mundo pérfido que se perde cada vez mais na distância. Antes é um fator inconsciente que tece as ilusões que vela o seu mundo.” C. G. Jung

felicidade

Iniciamos a Parte 1 com um trecho de uma das primeiras palestras do Guia. Esta trata da felicidade, notando que ela é algo que todos nós ansiamos, ao mesmo tempo em que tendemos a culpar circunstâncias externas por quaisquer sentimentos de infelicidade que possamos ter.

O Guia imediatamente enuncia a doutrina da responsabilidade própria:

“O indivíduo espiritualmente imaturo pensa que a felicidade tem de ser primeiro criada no nível exterior, pois as circunstâncias exteriores, que não são necessariamente produzidas por ele, devem atender aos seus desejos e quando isso for alcançado, a felicidade se evidenciará. Os que estão amadurecidos espiritualmente sabem que se dá exatamente o contrário”.

E também: a felicidade não depende de circunstâncias exteriores ou de outras pessoas. A pessoa espiritualmente madura sabe disso. Sabe que ela mesma é a única responsável por sua felicidade ou infelicidade. Ela sabe que é capaz de criar uma vida feliz, primeiro dentro de si mesma, mas então, inevitavelmente, também na sua vida externa”.

Parte 1 Autoconhecimento

A primeira chave para a felicidade ensina o Guia é o autoconhecimento.

Esta seria uma afirmação incontroversa; certamente, todas as pessoas cultas concordariam que o autoconhecimento é de inestimável valor. Então, por que ele é tão difícil de alcançar?

Talvez porque ninguém goste de ouvir verdades desagradáveis e pouco lisonjeiras a seu respeito, verdades que são, no entanto, as mais importantes que possamos conhecer.

É importante para nós conhecer todas aquelas partes de nós mesmos que insistimos em negligenciar e esquecer.

Sombra – eu inferior

Na psicologia junguiana o termo “sombra” é empregado para descrever aquela parte de nós que preferimos não carregar em nossa mente consciente, que empurramos para a escuridão e esperamos esquecer. No sistema do Pathwork esse complexo de falhas de caráter e negatividade é denominado “o Eu Inferior”.

máscara

Ocultando o Eu Inferior existe uma Máscara, uma autoimagem idealizada, uma representação glorificada de quem achamos que deveríamos ser, e que tentamos fingir que somos.

Os estágios iniciais do Pathwork concentram-se basicamente no aprendizado de como penetrar na Máscara e então em como tornar-se consciente do Eu Inferior que se oculta sob ela; isso porque são essas duas camadas da personalidade que escondem o Eu Superior – aquela centelha de divindade interior que se encontra no âmago de cada um de nós.

Sondar destemidamente aquelas partes de nós mesmos que mais desejamos esconder e fornecem-nos ferramentas práticas para a realização desse trabalho.

Primeiro aprendemos a enxergar e avaliar as nossas atividades e emoções cotidianas – material que é totalmente consciente e que apenas aguarda que voltemos para ele a nossa atenção integral.

Então aprendemos como detectar os nossos pensamentos, sentimentos e atitudes subconscientes. Coisas impressionantes serão descobertas; prepare-se para ficar surpreso.`

Capítulo 1: Conheça a si mesmo

Bem no fundo do coração de cada ser humano existe o anseio por felicidade. Mas o que é felicidade? Se você perguntar a pessoas diferentes, receberá diferentes respostas. Os espiritualmente imaturos, após pensar por algum tempo, dirão, talvez, que se obtivessem esta ou aquela satisfação ou tivessem uma preocupação eliminada, seriam, felizes. Em outras palavras, para eles felicidade significa que certos desejos sejam satisfeitos. Mesmo que esses desejos se tornassem realidade, porém, tais pessoas não seriam felizes. Elas ainda sentiriam lá no fundo certa inquietude.

Por quê? Porque a felicidade não depende de circunstâncias exteriores ou de outras pessoas.

A pessoa espiritualmente madura sabe disso. Sabe que ela mesma é a única responsável por sua felicidade ou infelicidade. Ela sabe que é capaz de criar uma vida feliz, primeiro dentro de si mesma, e então, inevitavelmente, também na sua vida exterior.

O indivíduo espiritualmente imaturo pensa que a felicidade tem que ser criada primeiro no nível exterior, pois as circunstâncias externas, que não são necessariamente produzidas por ele, devem atender plenamente aos seus desejos e, que quando isso for alcançado, a felicidade se seguirá. Os que se encontram amadurecidos espiritualmente sabem que se dá exatamente o contrário.

Muitas pessoas não querem reconhecer essa verdade. É mais fácil culpar o destino, a injustiça do destino ou das forças superiores, ou ainda as circunstâncias causadas por outras pessoas, do que ser responsável por si mesmo. É mais fácil sentir-se vítima.

Dessa forma, não é preciso examinar, por vezes muito profundamente e com máximo de honestidade, o próprio interior.

Ainda assim a grande verdade é: a felicidade está em nossas próprias mãos. Está em seu poder encontrar a felicidade. Você pode perguntar, “o que devo fazer”? Mas vejamos primeiro o que significa felicidade no sentido espiritualmente maduro.

Muitas pessoas, com toda a sinceridade, esforçam-se por encontrar Deus.

Contudo, caso lhes perguntassem o que exatamente querem dizer com isso, como imaginam que aconteça, seria difícil para elas dar uma resposta significativa. Porém, naturalmente, existe esse desejo de “encontrar a Deus”. Na verdade é um processo bastante concreto, não existindo nada nebuloso, irreal ou ilusório a respeito dele.

Pode-se encontrar a Deus através do encontro com o Eu Verdadeiro. Se encontrar a si mesmo em algum grau, você está em relativa harmonia, percebendo e compreendendo as leis do Universo. Você é capaz de relacionar-se, de amar e de experimentar alegria. É realmente responsável por si mesmo. Você tem a integridade e a coragem para ser você mesmo, mesmo ao preço de abrir mão da aprovação dos outros. Tudo isso significa que você encontrou Deus – não importa o nome pelo qual esse processo possa ser designado.

Ele também pode ser denominado de retorno da auto-alienação.

O único modo de achar a felicidade é encontrando Deus, e ele pode ser achado aqui e agora mesmo. Como? Você poderia perguntar. Meus amigos, com muita frequência às pessoas imaginam que Deus está incomensuravelmente distante no Universo, e é impossível de se alcançar. Isso está longe de ser verdade. O Universo inteiro está no interior de cada pessoa; cada criatura viva tem uma parte de Deus dentro de si. O único modo de alcançar essa parte divina lá dentro é pelo caminho íngreme e estreito do autodesenvolvimento. A base para isso é conhecer-se a si mesmo!

Conhecer-se a si mesmo é realmente difícil, pois significa encarar muitas características pouco lisonjeiras. Significa uma busca contínua, infinita: Ö que eu sou? O que realmente significam as minhas reações – e não apenas os meus atos e pensamentos?

Será que as minhas ações são apoiadas pelos meus sentimentos, ou será que eu tenho motivos por trás dessas ações que não correspondem ao que eu gosto que as outras pessoas acreditem? Tenho sido honesto para comigo mesmo até aqui? Quais são os meus erros?

Embora alguns de vocês possam conhecer suas fraquezas, a maioria das pessoas ignora uma boa parte delas, e isso é um grande obstáculo, mesmo para aqueles que atingiram certa altura neste caminho ascendente.

Você não pode superar aquilo que não conhece. Cada defeito não é nada mais e nada menos que uma corrente que o prende. Pelo abandono de cada imperfeição você rompe uma cadeia e assim torna-se mais livre e mais próximo da felicidade.

A felicidade é o destino de cada indivíduo, mas ela é impossível de se obter sem que sejam eliminadas as causas da sua infelicidade, que são os seus defeitos – bem como qualquer tendência que viole uma lei espiritual.

Você pode descobrir o quanto avançou nesse caminho pela revisão da sua vida e dos seus problemas. Você é feliz? O que está faltando na sua vida? Na medida em que a infelicidade ou descontentamento exista na sua vida, nessa mesma medida você não terá preenchido o seu potencial.

Para aqueles que realmente se realizam haverá um contentamento profundo e cheio de paz, segurança e uma sensação de plenitude. Caso isso esteja faltando na sua vida, você não está completamente no caminho certo, ou ainda não alcançou a libertação que necessariamente se experimenta depois que as dificuldades iniciais são superadas.

Só você saberá a resposta, só você saberá em que ponto se encontra. Ninguém mais pode ou poderia responder a essa pergunta para você. Se você estiver no caminho certo, contudo, e tiver aquele profundo sentimento de satisfação e realização, e ainda assim existirem problemas exteriores na sua vida, isso não deve desencorajá-lo. A razão é que a forma externa do conflito interior no qual você está trabalhando agora não pode ser dissolvida tão rapidamente.

Quanto mais você dirige as correntes internas da alma para os canais corretos, mais as formas exteriores correspondentes mudarão, de forma gradual, porém segura. Até que esse processo seja completamente efetuado, o problema externo não pode dissolver-se automaticamente. A impaciência só pode atrapalhar. Se estiver no caminho certo, você viverá e sentirá a grande realidade do Mundo de Deus na sua vida diária. Ele se tornará tão real, se não mais, quanto o seu ambiente humano; não será mais uma teoria, um mero conhecimento intelectual. Você viverá nesse mundo e sentirá o seu efeito.

Vou retira-me agora, dizendo a cada um de vocês; nenhum de vocês deve jamais sentir-se só. O amor de Deus está com todos. Fiquem em paz, sigam este Pathwork. Ele lhes trará felicidade.

Capítulo 2 Eu superior, eu inferior e máscara

Deixando de se enganar a si mesmo

Abençoada é esta hora em que me é permitido falar-lhes, meus amigos.

Todos aqui sabem que possuem não apenas um corpo físico, mas também vários corpos sutis, cada um representando algo diferente. Os pensamentos têm formas espirituais definidas e tais formas são criadas não apenas por pensamentos, mas também por sentimentos. Embora o pensamento crie uma forma diferente daquela de um sentimento, não obstante ambos criam formas muito definidas e substanciais. Cada corpo sutil, de modo idêntico ao corpo físico, tem uma aura: a vibração e emanação daquele corpo. Tais formas realmente existem no espírito. Todas elas lutam e se modificam, uma vez que tudo no espírito está em perpétuo movimento.

A aura do corpo físico mostra saúde ou doença física e todas as demais condições do ser físico. As reações emocionais, intelectuais ou espirituais aparecem na aura dos respectivos corpos sutis.

Eu Superior

Cada ser humano tem um Eu Superior ou centelha divina. É ele o mais refinado e mais radiante dos corpos sutis, com a alta frequência de vibração, pois, quanto mais elevado o desenvolvimento espiritual, mais rápida é a vibração.

Eu Inferior

O Eu Superior cercou-se lenta e gradualmente de varias camadas de matéria mais densa quanto o corpo físico, porém infinitamente mais densa que ele mesmo. Assim passou a existir o Eu inferior.

O Eu Inferior é o que provoca falhas, erros características, comportamentos inadequados,  se caracteriza por fraquezas individuais, autossabotagens recorrentes que variam de pessoa para pessoa, ele é ignorante e violento. Ele odeia mudar e que a pessoa tenha controle o domínio sobre ele; ele tem vontade caprichosa que não tem força para dominar na pessoa e por isso usa de artifícios quando a pessoa se descuida. Ele não quer corresponder as exigências externas ou internas para que se realize o que ele quer, ele quer que aconteça a sua vontade sem pagar o preço. É muito orgulhoso e egoísta e sempre tem muita vaidade pessoal. Todas essas características são geralmente parte do Eu Inferior, independentemente de outros defeitos individuais.

Desenvolvimento espiritual

O objetivo do desenvolvimento espiritual e eliminar o Eu Inferior de forma que o Eu Superior fique novamente livre de todas as camadas externas que adquiriu. Você será capaz de sentir em sua própria vida com muita facilidade, em si mesmo e nos outros, que certas partes do Eu Superior já se encontram livres, enquanto outras partes continuam ocultas. O quanto esta livre ou encoberto e o quão escondido está depende do desenvolvimento geral da pessoa.

Nós podemos determinar muito bem quais as formas-pensamento que provêm do Eu Superior e quais tem origens no Eu Inferior. Podemos também determinar quais tem tendências, desejos e esforços do Eu Superior podem estar mesclados com tendências do Eu Inferior.

Mistura de mensagens…

Quando mensagens do Eu Superior são contaminadas por motivos do Eu Inferior cria-se uma desordem na alma que torna o seu possuidor emocionalmente enfermo. Por exemplo, uma pessoa pode querer algo de forma egoísta, mas por não querer admitir interiormente que isso é egoísmo, ela começa a racionalizar tal desejo e a enganar-se a si mesma.

Podemos ver esse tipo comum de engano nos seres humanos porque a forma de Eu Superior tem um caráter totalmente diferente daquela do Eu Inferior.

Existe outra camada que, infelizmente, ainda não é suficientemente reconhecida entre os seres humanos em todo o seu significado, a qual denomino por Máscara.

Máscara

Essa Máscara é criada da seguinte maneira: você reconhece que pode entrar em conflito com o seu ambiente cedendo aos desejos do Eu Inferior; não obstante, você pode não estar pronto para pagar o preço de eliminar o Eu Inferior.

Isso significaria, antes de tudo, ter que encará-lo como ele realmente é, com todos os seus motivos e impulsos, uma vez que você só pode vencer aquilo de que tem total consciência. Isso significa tomar o caminho estreito, o caminho espiritual.

Muitas pessoas não querem pensar nisso profundamente; em lugar disso elas reagem emocionalmente sem pensarem como os seus Eus Inferiores podem estar envolvidos na suas reações.

A mente subconsciente sente que é necessário apresentar um quadro diferente de personalidade para o mundo com o fim de evitar certas dificuldades, coisas desagradáveis ou desvantagens de todos os tipos. Assim as pessoas criam uma nova camada do eu que não tem nada a ver com realidade, nem com a do Eu Superior nem com a realidade temporária do Eu Inferior. Essa Máscara superposta é o que se poderia chamar de uma farsa; ela é irreal.

Voltarei ao exemplo acima. O Eu Inferior ordena à pessoa que seja impiedosa em relação a um desejo egoísta. Não é difícil para ninguém, mesmo da mais limitada inteligência, perceber que cedendo a esse desejo ela será rejeitada ou perdera a afeição dos outros, um resultado que ninguém deseja. Em lugar de superar o egoísmo pelo lento processo de desenvolvimento, tal pessoa frequentemente age como se já não fosse egoísta.

Mas ela o é, na verdade, e sente o seu egoísmo. A sua concessão à opinião publica e a sua generosidade são apenas uma farsa, não correspondendo absolutamente aos seus reais sentimentos. Em outras palavras, a ação correta, neste caso, carece inteiramente do suporte dos sentimentos inferiores, que não foram purificados e, portanto essa pessoa enfrenta uma guerra interior.

A ação adequada torna-se um ato de compulsão necessária, e não uma livre escolha. Uma bondade imposta como essa não tem valor. Ao mesmo tempo em que a pessoa da algo, ela pode odiar a ideia de fazê-lo. Tal pessoa é não apenas egoísta no seu intimo, por uma convicção interior, mas é também falsa para com sua natureza, violando a sua realidade e vivendo uma mentira.

Eu não estou de modo algum sugerindo que é aconselhável que se ceda à natureza inferior; deve-se antes lutar por esclarecimento e fazer-se um esforço de desenvolvimento para purificar os sentimentos e os desejos que sentimos como negativos. Mas se isso não foi ainda obtido, pelo menos não se deva enganar a si mesmo. A pessoa deve ter, uma visão clara e verdadeira da discrepância existente entre seus sentimentos e suas ações positivos e negativos. Desse modo, Máscara alguma pode formar-se.

Deixando de enganar a si mesmo

Contudo, o mais frequente é que a pessoa tente crer no seu próprio altruísmo e, desse modo, iluda-se a si mesma em relação aos seus verdadeiros sentimentos e motivos, ocultando-os e se recusando a vê-los. Após algum tempo a raiz malsã aprofunda-se no subconsciente, onde vai fermentar e criar formas que provocarão seus efeitos e que não podem ser eliminadas, posto que a pessoa não tem consciência delas. O exemplo do egoísmo é apenas um caso; existem muitos outros traços e tendências que sofrem o mesmo processo, meus amigos.

Quando as pessoas se encontram emocionalmente enfermas é sempre um sinal de que, de um modo ou de outro, foi criada uma Máscara. Elas não percebem que estão vivendo uma mentira, tendo construído uma camada de irrealidade que nada tem a ver com o seu verdadeiro ser. Como consequência, elas não estão sendo fiéis à sua personalidade real. Como eu já disse, ser verdadeiro para consigo mesmo não quer dizer que você deva ceder ao seu Eu Inferior, mas sim que deve ter consciência dele, ainda que na hora de agir você o emascare, o esconda e você se comporte de um jeito diferente em busca de aprovação.

Não se iluda caso ainda aja segundo a necessidade de proteger-se e não em razão de uma visão esclarecida e de uma convicção íntima. Tenha consciência de que seus sentimentos ainda não foram purificados neste ou naquele aspecto. Assim você tem uma boa base para começar. Será mais fácil para você encarar-se dessa maneira quando perceber que sob as camadas do Eu Inferior vive o seu Eu Superior, a sua realidade última e absoluta, que você, no devido tempo, vai alcançar.

E para alcançá-lo é preciso, em primeiro lugar, pôr-se face a face com o Eu Inferior, a sua realidade temporária, em lugar de encobri-lo, pois isso coloca uma distância ainda maior entre você e a realidade absoluta, ou seja, o seu próprio Eu Superior.

Para encarar o Eu Inferior você deve, a todo custo, demolir a Máscara. Você pode vir a fazê-lo quando visualizar os três “eus” que discuto aqui.

Mentir para si mesmo e não reconhecer as próprias emoções e verdadeiros motivos, mas apenas permitir que se expresse o que é esperado pode parecer bom, mas não é.

A pessoa que quer ter felicidade, saúde e paz interior precisa achar a resposta, de uma vez por todas, para as seguintes questões:

Qual o meu verdadeiro Eu? O que é meu Eu Inferior? Onde pode existir uma Máscara, uma falsidade?

É importante que todos vocês treinem o seu olho interior para ver a si mesmos e aos outros seres humanos desse ponto de vista. Quanto mais se tornarem espiritualmente despertos, mais fácil será para vocês perceberem a si mesmos e aos outros com exatidão.

Quando entrarem em contato com o Eu Superior, uma vez que a sua intuição tenha despertado por meio do seu desenvolvimento espiritual pessoal, vocês sentirão uma clara diferença entre a Máscara e o Eu Superior; sentirão a desagradável manifestação da Máscara, principalmente das suas próprias, não importa o quão agradável elas possam parecer.

O que resta então para ser feito é penetrar também as camadas inconscientes da personalidade com essas verdades, de forma que toda a resistência seja superada.

Se você quer trilhar esse caminho e obter a cura das suas enfermidades emocionais, é importante que compreenda tudo isso. Você tem que encarar o Eu Inferior que existe em cada ser humano, mas também saber que esse Eu Inferior não é o “Eu” final ou verdadeiro. O Eu Superior, que é perfeição, esperando para crescer e ultrapassar essas camadas de imperfeição, é o verdadeiro EU.

Alguma pergunta sobre este tema, meus amigos?

PERGUNTA: Como é possível desfazer o que o seu Eu Inferior manifestou sob a forma de enfermidade física?

RESPOSTA: Para começar, você não deve tentar eliminar as consequências. Se o seu Eu Inferior criou uma doença, ela tem que ser aceita antes de tudo. Você deve descobrir as raízes ou a parte do seu Eu Inferior que criou a enfermidade. O Eu Inferior tem que ser confrontado e completamente explorado. Seu objetivo tem que ser purificação e a perfeição por si mesma. A consciência profunda de que aquilo que quer o Eu inferior vai levar à dor por ele desconhecer as leis da vida, as leis do amor, ilumina o caminho que desmonta ao Eu inferior em suas argumentações e permite aflorar a sabedoria do Eu superior que no domínio permitira fluir a energia com harmonia e isto por sua vez conduzirá a cura. É verdade que é preciso muita determinação e força interior para purificar suficientemente os motivos em primeiro lugar, mas esse é o fundamento necessário. Enquanto faz isso, você está ao mesmo tempo aprendendo muitas outras coisas.

A força espiritual cresce à medida que você aprende a ser absolutamente honesto consigo mesmo. Uma vez que os seus motivos sejam puros, a doença não terá importância do estado da sua alma. Na medida em que a ilusão do Eu inferior é desmascarada com a luz das leis espirituais a sua saúde espiritual será gradualmente restaurada e através dela o físico poderá recuperar também a sua saúde.

Comece por conhecer, enfrentar e dialogar com o seu Eu Inferior com coragem, otimismo, humildade e com espírito de descoberta. Uma vez que descubra o seu Eu Inferior e aprenda a negociar com ele o seu poder na personalidade, a tal ponto que consiga abandonar todas as máscaras e todas as camadas superpostas, você começara a identificar o que teu Eu superior determina e a agir segundo ele indica. Isso se faz através da atividade diária de auto-observação, testando-se a si mesmo, observando uma e outra vez o quanto as suas correntes internas ainda se desviam daquilo que você quer que elas sejam.

Enquanto realiza tudo isso, e obtém domínio sobre o seu Eu Inferior, você aprende a verdadeira honestidade para consigo mesmo e os motivos que o levaram ao desenvolvimento tornam-se cada vez mais puros. A sua visão vai ampliar-se, você receberá esclarecimento e os seus sintomas e problemas vão gradualmente desaparecer. Assim, você não deve sequer pensar em sua enfermidade primeiro, mas nas raízes do problema. Isso será o único sucesso permanente. Se você realmente deseja purificar-se e não simplesmente verse livre de consequências desagradáveis que lhe são mais visíveis ou notáveis, você receberá ajuda e orientação para a luta contra o Eu Inferior, uma vez que ninguém pode fazê-lo sozinho.

E com isso, meus amigos, eu os deixarei. Vão em paz; saibam que Deus está presente dentro de todos vocês.

Capítulo 3 Realize uma verdadeira mudança de sentimentos

Trago bênçãos para todos vocês, meus amigos a essa altura vocês já terão entendido uma coisa claramente: a necessidade de autodesenvolvimento neste plano terrestre, o qual existe para esse mesmo propósito. Não importa quão difícil a vida possa ser às vezes; apenas aquele que tem esse propósito pode encontrar paz na sua alma.

Prometi iniciar esse curso para cada um de vocês possa encontrar o seu caminho aprendendo como segui-lo, onde começar e o que está na realização desse trabalho. Tratem as minhas palavras como uma meditação. Vocês devem reter estas palavras e não apenas lê-las uma vez, pois isso pode não ser o bastante. Vocês devem meditar sobre estes ensinamentos de forma que este conhecimento possa um dia crescer do nível superficial e intelectual para atingir as mais profundas regiões do seu ser. Só então eles serão verdadeiramente benéficos para vocês.

Todos sabem que é importante sermos uma pessoa boa, não cometer os assim chamados pecados, dar amor, ter fé e ser gentil para com os outros. Isso, porém, não é o suficiente. Para começar, saber tudo isso e ser capaz de agir de acordo são duas coisas bem diferentes. Você pode ser capaz de, voluntariamente, impedir-se de cometer um crime, mas não pode de maneira alguma obrigar-se a nunca sentir vontade de ferir alguém. Você pode agir de forma gentil para com uma ou outra pessoa, mas não pode obrigar-se a ter sentimentos gentis. Tampouco você é capaz de forçar-se a ter amor no coração ou a deixar de ser egoísta por decreto. O que quer que diga respeito às emoções não depende das suas ações diretas ou mesmo de seus pensamentos. Modificar os seus sentimentos exige experimentar com perseverança um lento processo de autoconhecimento, cura e aprimoramento.

Você pode constatar que não tem bastante fé, mas aperceber-se disso e tentar obrigar-se a tê-la, dizendo a si mesmo “Eu tenho fé”, não vai levá-lo nem um passo mais perto dela; muito pelo contrário. Neste sentido a teoria de ser positivo a todo o custo é uma falácia.

Agora, como proceder para mudar os seus sentimentos mais profundos?

Eis a questão! É por aí que devemos começar. Em primeiro lugar, meus amigos, vocês não poderão mudar nada enquanto não souberem o que verdadeiramente existe em vocês. A maior dificuldade no autoconhecimento é que as pessoas tendem a enganarem-se a si mesmas acerca de quem realmente são. Eu não falo apenas da mente subconsciente, que todos vocês sabem que existe. Entre a mente consciente e a subconsciente existe outra camada que está muito próxima da mente consciente; no entanto, vocês continuam alheios à sua existência porque querem continuar assim. Vocês fogem dela, embora os seus sintomas e sinais estejam bem debaixo do nariz de vocês.

As pessoas fogem dessa consciência porque pensam, de maneira equivocada, que aquilo que não conhecem não existe. Pode ser que vocês não pensem nisso exatamente nesses termos, mas sentimentos desse tipo se passam dentro de vocês sem que sejam percebidos. Contudo, mesmo desviem o olhar da sua própria realidade interior, ela existe.

Ela pode ser a realidade de suas vidas e um estágio do seu desenvolvimento. É a sua realidade agora.

Relembrem a palestra que proferi sobre o Eu Superior, o Eu Inferior e a Máscara. O que acabei de expor é parte da Máscara. Todos vocês sabem que é errado fazer ou pensar ou sentir certas coisas. Se essas coisas ainda existem no seu Eu Inferior vocês se voltam para o outro lado, pensando que assim eliminam o que reconhecem ser errado. Mas a fuga ou a negação é o maior engano que um ser humano pode cometer, pois causa infinitamente mais problemas, mais perturbações e mais conflitos internos e externos que qualquer coisa que vocês conheçam em suas mentes conscientes.

Encare a vida

Mencionei as várias leis espirituais que estão sendo constantemente violadas por seres humanos. O processo que acabei de descrever viola uma dessas leis: a lei do enfretamento da vida.

Encarar a realidade da vida significa ser capaz de encarar a si mesmo assim como você é, com todas as suas imperfeições. Se você não encarar a vida em primeiro lugar, nunca poderá evoluir. Nenhum sistema que tente ensinar meios de saltar por sobre esse obstáculo pode jamais ser bem-sucedido, pois a busca de tais atalhos também viola uma lei espiritual.

Todos vocês estão inconscientemente envolvidos nesse processo danoso o tempo todo, embora alguns dentre vocês possam ter obtido certa dose de autoconhecimento.

Não há nem um entre vocês que não tenha tido pelo menos uma percepção acerca de uma tendência interior, tornando-se consciente da realidade. Não obstante, em muitas outras áreas e sua mente consciente ainda foge do enfrentamento da verdade interior. Você pode até conhecer as suas deficiências, mas com certeza não conhece todos os seus verdadeiros motivos.

Você não compreende por que tem certas opiniões, gostos ou idiossincrasias; mesmo as suas boas qualidades podem ser parcialmente influenciadas por um defeito inconsciente ou por uma corrente interna errada. As tendências sobre as quais você tem até aqui enganado a si mesmo têm que ser compreendidas levando-se em conta as influências e conexões que possuem.

Não há nada na alma humana que provenha apenas do Eu Superior ou do Eu Inferior, porque tudo constantemente se mistura, purificar quer dizer separar, compreender e reorganizar em entendimento consciente todas essas várias tendências, purificando assim as boas tendências básicas de todas as máscaras destinadas a enganar a si mesmo e de influências básicas de todas as máscaras destinadas a enganar a si mesmo e de influências causadas por fraquezas de caráter.

O Eu Superior em você diz, “Eu quero ser perfeito, virtuoso, amoroso, belo, bom”. Mas é a ignorância do Eu Inferior que faz com que você pense que a perfeição pode ser atingida desviando o olhar das suas imperfeições e desconsiderando-as. É também o Eu Inferior que sempre quer o caminho mais curto, confortável, prazeroso, que ofereça resultados logo. Ele se resiste a aceitar que na vida tudo esta intimamente relacionado e que para teu exito se tem que agir estando consciente da realidade e seus mecanismos sutis.

O Eu Inferior quer estar em uma alta posição também, mas por outras razões que não são as mesmas que as do Eu Superior. O seu Eu Superior busca avançar por amor, por conhecimento, por alinhamento às virtudes, por meio do reconhecimento e da iluminação, e está consciente de que somente quando for perfeito é que você poderá ser realmente capaz de amar as outras criaturas humanas. Mas o seu Eu Inferior quer ser perfeito para obter mais satisfação do Ego e para “se sentir por cima”, para ser admirado. Todos vocês, sem exceção, sentem isso.

Aqui está um exemplo em que ambos. O Eu Superior e o Inferior, querem a mesma coisa, mas os seus motivos são completamente diferentes. É de extrema importância para a purificação da sua personalidade e em nome de uma alma sadia e harmoniosa que você separe esses motivos e reconheça as suas vozes. Não se sinta como se eu o culpasse, nem culpe a si mesmo quando começar a reconhecer essas tendências em si. Aceite a realidade de muitas tendências negativas que ainda existem em você.

Apenas a partir dessa premissa é que você poderá ir em frente e mudar a impureza dos seus motivos.

Você também deve reconhecer razoes pelas quais o seu Eu Inferior o desvia do enfrentamento de si mesmo. Uma das razoes é que reconhecer-se imperfeito é desagradável. A outra é que o Eu Inferior é preguiçoso e nunca quer trabalhar. No entanto, enfrentar o que esta em você requer trabalho, especialmente no que se refere às coisas incomodas. Assim o primeiro passo, meus amigos, na sua decisão de trilhar o autodesenvolvimento e purificação é ser claro a respeito disso. Se você o perceber, não se sentira desencorajado quando estiver entretido nesta primeira metade do trabalho, que e indispensável. Você só pode atingir a perfeição atravessando as suas imperfeições, e não contornando-as.

Uma vez que tenha conseguido algumas vitórias sobre si mesmo você percebera integralmente essa verdade, mas isso exigira muito tempo e anos de trabalho. Então, muito gradualmente, os tempos de prova diminuirão em impacto e frequência, à medida que a harmonia cresce na sua alma e você realmente assume o controle de si mesmo e torna-se consciente de quem è. Quando eu digo “consciente de si mesmo” eu quero dizer ter conhecimento completo e absoluto do seu Eu Inferior, o Que não significa que você já o tenha superado

Medite sobre o fato de que você poderá achar aspectos de si mesmo que talvez o deixem chocado. Esteja pronto para enfrentá-los no meio do caminho, em vez de esconder-se e fugir deles.

Cada teste e cada tempo de pesar significam algo muito particular. Uma lição particular para aprender acerca de si mesmo está contida em cada período difícil e em cada revés. Somente após um tempo considerável é que a sua mente estará treinada neste sentido de forma que você descobrirá cada vez mais rápido qual é a lição.

Aqueles que experimentam o que significa compreender a mensagem de uma dificuldade especifica, entender verdadeiramente o seu núcleo, perceberão que benção isso é!

O preço do crescimento espiritual é alto.

Outro pensamento para meditação: existe um preço a ser pago por tudo.

Saiba que existe um preço, mas que ele vale a pena!

O preço que você paga por este desenvolvimento sem dúvida é alto, mas não existe absolutamente outro meio, na terra ou no céu, de obter harmonia, amor, felicidade e completa segurança interior.

O preço é: nada de autopiedade, nada de ilusões a respeito de si mesmo, rompimento total em relação ao pequeno ego, tempo, esforço, paciência, perseverança e coragem.

O que você receberá por esse preço é na realidade cem vezes mais valioso, mas não espere ver a recompensa assim que começar.

Quando eu digo “começar” eu me refiro a um período de pelo menos dois anos de trabalho, e falando simbolicamente, primeiro você terá de quitar a fatura.

Eu sei que as minhas palavras não são aquelas que uma pessoa auto-indulgente gosta de ouvir. Não existe um método fácil nem uma fórmula mágica pela qual possa obter a felicidade que todos vocês buscam. Eu não posso prometer-lhes as preciosas dádivas dos céus na terra se vocês simplesmente praticam alguns exercícios de prece.

Se eu lhes dissesse tais coisas vocês teriam boas razões para terem suspeitas e dúvidas, mesmo que inquestionavelmente preferissem ouvi-las.

O que lhes ofereço é real e verdadeiro. Cada um de vocês tem a oportunidade de descobrir por si mesmo, experimentando e seguindo o meu conselho. E o conselho , para começar, é: medite sobre as palavras que lhes transmito aqui; considere qual deve ser o preço e o que você deve esperar. Então decida-se.

Vocês está disposto a encarar seu processo de autoconhecimento? Oh!, você pode dizer, “eu estou muito cansado”. Eu só posso dizer que isso é produto de uma visão curta; se você está cansado ou fraco é porque suas forças internas se exaurem trabalhando nos canais errados, de tal forma que elas não conseguem renovar-se organicamente, como acontece numa alma em perfeito estado. Se você ao menos começasse sem desanimar logo com os primeiros esforços, você finalmente conseguiria pôr essa corrente interna no seu devido lugar. Ao fazê-lo, você libertaria em si mesmo uma maravilhosa força vital e uma centelha que transformaria por completo sua vida.

Não posso prometer que todos os seus problemas desaparecerão, pois eles são uma parte necessária do seu caminho, logo de início, um desafio com o qual você pode aprender se o enfrentar como deve. Todavia, eu posso prometer que, depois que houver preenchido certas condições fundamentais, você não ficará mais deprimido com sua vida e com suas dificuldades. Eu posso prometer que o seu cansaço desaparecerá e que você terá a força para enfrentar as dificuldades e carregar a sua cruz de maneira certa, sabendo o porquê e qual o sentido de tudo isso.

Sua maior dificuldade e a coisa que o mais enfraquece na sua vida, é o fato de você não poder ver a razão de nada que lhe acontece. Apenas seguindo um caminho dirigido para o seu interior é que você descobrirá; e somente isso lhe dará a força de que necessita. Além disso, eu posso prometer que depois de um certo tempo no Pathwork você aproveitará a vida apesar das dificuldades, antes mesmo que elas tenham efetivamente começado a desaparecer. Você passará a saborear a vida de uma maneira que nunca foi capaz. Eu posso prometer que você estará vibrantemente vivo, primeiro a intervalos e depois de modo mais consistente.

À medida que você compreende a si mesmo e começa a pôr ordem na sua alma, essa força vibrante da vida começa a preenchê-lo. A vida será bela para você em toda sua realidade. Portanto eu lhes digo em verdade, não adiem esse trabalho. Não importa o quão tarde você imagine que seja, nunca é tarde demais. O que quer que você consiga nesta terra terá um valor eterno. E quando falo em realização, eu quero dizer a conquista do seu Eu Inferior.

Três tipos de trabalho

Eis aqui outro pensamento, meus amigos, para essa decisão inicial que você tem de abordar com olhos abertos: (distinga os três tipos de trabalho envolvidos na sua purificação)

  • Um é o comportamento exterior, o reconhecimento das suas faltas e qualidades aparentes, bem como qualquer ocorrência que esteja na superfície.
  • A próxima fase – e essas fases frequentemente se alternam – é lidar com aquela camada em que você não pertence diretamente ao seu subconsciente, mas da qual você não tem consciência porque está deliberadamente fugindo dela. Esta camada tem de ser tratada de maneira diferente, que eu lhes mostrarei.
  • A terceira camada, igualmente importante, é a mente subconsciente. Não pense que aquilo que está no subconsciente é tão longínquo que não tem efeito sobre você.

Sem que o saiba, você é constantemente dominado por seu subconsciente; é possível descobrir, de modo lento mas seguro, o que nele está contido, pelo menos até certo ponto.

Distinga as tendências que estão diretamente relacionadas à sua vontade consciente e que portanto são diretamente controladas através de um ato volitivo. Você vai descobrir também outras que estão ligadas às suas emoções e que não lhe podem ser diretamente forçadas a reagir aos seus desejos. O mundo da emoção só pode mudar através do crescimento orgânico, não por pressão e ação voluntária, exceto de forma indireta.

Suponhamos que você descubra que bem no fundo você não tem amor ou fé. Você não pode se forçar a ter fé ou amor, não importa o quanto tentar diretamente.

Ao fazer isso você não trabalhará diretamente a sua falta de amor ou fé, por exemplo, mas vai simplesmente conseguir conhecer-se a si mesmo e descobrir que lhe faltam esses atributos. Quando você gradualmente compreende isso sem se forçar a ter fé ou amor, com o tempo a força vital começa a preenchê-lo e, automaticamente, vai gerar esses sentimentos sem nenhum esforço direto da sua parte.

Caso as sua emoções comecem a mudar depois de alguns poucos anos, isso pode ser considerado um sucesso maravilhoso.

A mudança vai acontecer tão naturalmente que, no início, você talvez nem tenha total consciência disso.

Luta entre o eu inferior e o eu superior

Quero dizer-lhe mais uma coisa sobre essa fase de preparação e decisão; esteja preparado para uma luta consigo mesmo. Será a luta entre o Eu Inferior e o Eu Superior, e é a vontade de seu ego consciente que vai decidir que lado vai vencer. Será necessariamente uma longa batalha, que a princípio vai manifestar-se impedindo-o simplesmente de seguir. O Eu Inferior pode enviar mensagens tais como: “Eu não acredito nisso”, ou “pode não ser necessário, afinal de contas”, ou “estou muito cansado”, ou ainda “eu não tenho tempo”. É preciso que você reconheça essas mensagens pelo que realmente são e compreenda de onde vieram. Use-as como um ponto de partida para escavar mais fundo no interior da sua alma. Tente ver claramente o que está realmente falando lá dentro quando ouvir esses pretextos e desculpas ocultos.

Se você antecipar esse conflito, será capaz de ver e escutar e obterá uma primeira vitória. Você terá aprendido também até certo ponto o processo de descobrir as suas máscaras e motivos errados, o que o porá em boa posição mais tarde, quando o Eu Inferior tentar obstruir o seu caminho por outros meios. Ele simplesmente tentará apegar-se a correntes espirituais individuais. A essa altura você já saberá lidar com isso um pouco melhor. Não ponha apenas de lado as desculpas artificiais. Teste-as, lide com elas, examine-as.

Muitos de vocês têm medo do que possa vir do seu Eu Inferior. É importante aprender a interpretar a traduzir tais sentimentos vagos em pensamentos concisos. Esse medo é uma importante razão para que uma pessoa se afaste do encontro com o eu.

É pueril imaginar que o que quer que você não acalente em si mesmo não existe caso você evite encará-lo. O Eu Inferior é imaturo e ignorante – sua natureza é de defeitos e distorções. Então eu digo: Não fuja do que existe em você! Todos vocês sabem que o Eu Inferior é apenas uma camada temporária, e não constitui a sua personalidade por inteiro.

Ele está agora por ser trabalhado, mas não é o seu verdadeiro eu.

O seu Eu Superior, que está parcialmente livre, já se manifesta através das suas boas qualidades, sua generosidade, sua gentileza, ou o que quer que exista em você que pertença à sua esfera. Porém mesmo onde ele não pode manifestar-se por estar profundamente escondido por trás do Eu Inferior, o seu Eu Superior ainda assim existe em sua radiante perfeição. Como você pode alcançá-lo a menos que penetre no Eu Inferior?

Ao encontrar o Eu Inferior

Assim, não tenha medo; não fique chocado quando encontrar o seu Eu Inferior onde até hoje não esperava encontrar. Ele é uma formação temporária necessária, mas nunca, nunca representa sua verdade absoluta. De fato, atingir o estágio em que você fica chocado com algumas de suas facetas, das quais não havia suspeitado antes, constitui um sinal de avanço. Essa é uma forte indicação de progresso, pois em passar por esse estágio, por mais doloroso que possa ser por algum tempo, você não pode conseguir mais nenhum sucesso ou vitória.

Se você meditar sobre essas palavras e ao mesmo tempo tentar ficar consciente do seu medo do Eu Inferior, da sua vergonha por ele, e se você aprender a viver com essa verdade e esse conhecimento, você vai vencer. Então, vai encarar o seu medo de forma realista e não estará se escondendo dele como se esconde de algumas outras coisas em si mesmo.

E agora eu me retiro, meus amigos. Bênçãos de Deus para todos; a paz esteja com vocês. Fiquem com Deus.

(logo continuo)

para sugestões me escreve canalastrothon@gmail.com

9 de outubro de 2016

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